Elisa Lucinda participa do 1º FLIC BF, em Nilópolis

Continua até domingo (24), no Parque Natural do Gericinó Prefeito Farid Abrão David, em Nilópolis, o 1º Festival Literário e Cultural da Baixada Fluminense (FLIC-BF), com entrada gratuita. Nesta quarta-feira (20), a grande atração foi a poetisa e patrona do evento, Elisa Lucinda, que participou, às 16h30, da roda de conversa ‘Elisa Lucinda, filha da poesia’. Muito conhecida também com seu trabalho como atriz, ela já publicou 19 livros.

A FLIC-BF é uma realização do Instituto Latinoamerica, com produção da ABÈBÈ Produções, parceria e fomento do Ministério da Cultura, e apoio da Prefeitura de Nilópolis, por meio das secretarias municipais de Cultura e de Meio Ambiente. A programação, além de homenagens a grandes escritores, como Itamar Vieira Jr e Conceição Evaristo, conta com espetáculos teatrais, musicais e palestras. São esperadas 10 mil pessoas até o final de semana.

Ao responder à pergunta do mediador André Bezerra sobre como ela estava, Elisa Lucinda garantiu: “Eu me sinto comovida com a imagem que vejo aqui. Sou do subúrbio do Espírito Santo e não acontecia nada na minha cidade, era tudo muito parado. Quando a gente faz um evento desses na cidade, um trabalho intelectual, troca de ideias, a gente está tendo consideração à inteligência das pessoas, estamos tendo consideração às pessoas daquele lugar”, concluiu, sob muitos aplausos.

Fizeram parte do debate, além do nilopolitano Bezerra, mestrando em Geografia pela Universidade Rural e integrante do Coletivo Vandana Shiva da Rural; a poetisa, ensaísta e pesquisadora Heleine Fernandes, finalista do Prêmio Jabuti; e a doutora em Literatura Comparada pela Uerj e professora de Literatura Brasileira no Departamento de Letras do Instituto Multidisciplinar da Rural, Fernanda Felisberto.

Moradora da Zona Oeste, a professora de História Karine Oliveira, foi ao Parque do Gericinó com a mãe, o marido e a filha de colo para ouvir o debate. Ela disse que gostou muito da palestra. “Achei o espaço muito interessante para troca, conhecimento e vivências, pela artista que Elisa é. E a Baixada carece disso: de espaços de fomento de cultura, de formação e de propagação de ideias”.

Elisa causou um frisson no público e fez com que muitos levantassem os celulares para gravar sua interpretação toda especial da canção ‘Muito Romântico’, de Caetano Veloso, que diz, entre outros versos: ‘Não tenho nada com isso, nem vem falar. Eu não consigo entender sua lógica. Minha palavra cantada pode espantar. E a seus ouvidos parecer exótica’.

Biografia

Nascida em Vitória, Espírito Santo, de uma família de classe média, Elisa Lucinda Campos Gomes é também cantora. Reconhecida no meio musical e por sua atuação em obras no cinema, televisão e teatro, conquistou um Kikito no Festival de Cinema de Gramado e o troféu Raça Negra, na categoria teatro.

Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (EFES), também trabalhou como professora. Decidida a tornar-se atriz, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou interpretação teatral na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). Seus primeiros trabalhos no teatro foram com Domingos de Oliveira. Dali para a televisão foi um pulo. Passou pela Rede Manchete, SBT e TV Globo, onde está atualmente.

Em 1994 publicou seu primeiro livro de poesias O Semelhante, que foi o embrião da peça de mesmo nome, que esteve em cartaz por mais de seis anos no Brasil e no exterior. Nela, entremeava seus versos com uma conversa com a plateia. Outras obras tiveram o mesmo formato e chegou a participar do Fórum Internacional de Culturas, em Barcelona.

Muitos acreditam que Elisa Lucinda é a artista de sua geração que mais populariza a poesia, pois com sua maneira simples de se expressar faz com que o mais complexo pensamento consiga fácil compreensão. Criou a Companhia da Outra, grupo teatral que desenvolve sua linguagem de teatro essencial através da poesia.

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