Horas antes de ser diagnosticado com pneumonia leve, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já apresentava sinais da doença durante agendas nesta quinta-feira no Rio de Janeiro. Durante visita no visita ao Complexo Naval de Itaguaí ainda na parte da manhã, o petista tossiu bastante e se mostrou indisposto. Mais tarde, em evento no Teatro Municipal, ele se queixou de dor de garganta. Ao lado da ministra da Cultura, Margareth Menezes, Lula chegou a pedir desculpas por não falar mais e afirmou que iria poupar sua voz para encontrar com o presidente da China, Xi Jinping. A comitiva presidencial estava prevista para este sábado, mas foi atrasada em um dia devido à saúde do chefe do Executivo.
— Vocês nunca me viram sair de uma manifestação qualquer sem falar. Hoje, eu queria pedir desculpas, estou com a garganta muito ruim, e não quero ousar falar, porque tenho que embarcar para a China sábado, e preciso estar com a garganta boa para conversa com o Xi Jinping — disse o presidente no início da noite.
A agenda do presidente no Rio ocorreu para que ele pudesse assinar um novo decreto de fomento cultural. No evento, o petista reafirmou o seu compromisso com a cultura e teceu críticas a gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
— Que ninguém nunca mais ouse desmontar a experiência cultural do povo brasileiro — afirmou em alusão a falta de investimento na área ao longo do último mandato.
Horas depois, na noite de quinta-feira, Lula passou por exames médicos no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, na noite de quinta-feira. O embarque do presidente a China estava previsto para a manhã deste sábado, mas foi postergado para domingo. Na comitiva presidencial, devem viajar 240 pessoas. 39 parlamentares foram convidados para se juntar ao presidente.
Durante visita à base de submarinos da Marinha, o PROSUB, em Itaguaí, o presidente tossiu várias vezes — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Entenda os objetivos de Lula na China
Um dos principais focos da viagem de Lula é atrair investimentos para o Brasil. Para isso, além de uma delegação recorde de 240 empresários brasileiros, o governo quer tirar do papel um fundo de R$ 20 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China destinado ao país;
na pauta ambiental, o governo brasileiro busca a assinatura de uma declaração conjunta para o clima que poderá facilitar as articulações em fóruns internacionais e até a criação de um fundo binacional de combate às mudanças climáticas;
os países também discutirão o desenvolvimento do satélite sino-brasileiro CBERS-6, capaz de monitorar áreas de desmatamento mesmo em tempos nublados;
Lula, que já cobrou um papel mais ativo de Xi Jinping na mediação da guerra na Ucrânia, pretende falar sobre o seu plano de formar um “grupo pela paz” para ajudar na interlocução de um cessar-fogo entre Kiev e Moscou;
para fomentar o turismo, o governo discutirá a inclusão do Brasil em uma lista de destinos recomendados para viagens do governo chinês.
Confira a lista de políticos convidados:
- Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Eliziane Gama (PSD-MA)
- Jussara Lima (PSD-PI)
- Arthur Lira (PP-AL)
- Fausto Pinato (PP-SP)
- Carlos Zarattini (PT-SP)
- Vander Loubet (PT-MS)
- Luiz Fernando Faria (PSD-MG)
- Gutemberg Reis (MDB-RJ)
- Zeca Dirceu (PT-PR)
- Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)
- José Guimarães (PT-CE)
- Alex Manente (Cidadania-SP)
- André Figueiredo (PDT-CE)
- Fábio Macedo (Podemos-MA)
- Fred Costa (Patriota-MG)
- Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
- Luís Tibé (Avante-MG)
- Daniel Almeida (PCdoB-BA)
- Túlio Gadêlha (Rede-PE)
- Eduardo da Fonte (PP-PE)
- Júlio César (PSD-PI)
- Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP)