Setembro Amarelo: Por que ter atenção com a saúde mental dos colaboradores é um diferencial?

Especialista comenta sobre a responsabilidade social das empresas diante do tema

A cada ano a campanha Setembro Amarelo ganha mais destaque no Brasil. Dados alarmantes levam a esse movimento que tem o objetivo de trazer a conscientização, desmistificação e a prevenção ao suicídio. São inúmeros os fatores que levam os profissionais a integrarem as estatísticas e, com isso Rebeca Toyama, especialista em carreira e porta-voz da ODS 8 do Programa Liderança com ImPacto da ONU, elenca dicas de cuidados e alerta sobre os sinais mais comuns que atingem os profissionais que sofrem com problemas de saúde mental.

Segundo o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), no ano de 2022, cerca de 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, como:  depressão, distúrbios emocionais e alzheimer. Se comparado ao ano de 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. Ainda, é possível afirmar que o Brasil é o terceiro país com o pior índice de saúde mental, ficando atrás somente do Reino Unido e da África. É o que mostra o relatório anual do Estado Mental do Mundo, publicado pela Sapien Labs.

Diante de tantos dados, e ainda, depois da pandemia que trouxe uma compreensão maior, o tema saúde mental é urgente não só dentro das empresas, mas que deve ser discutido em ambientes familiares. Para a especialista, é necessário redobrar a atenção e o cuidado com os colaboradores, uma vez que os indícios, muitas vezes, são imperceptíveis. E ainda alerta para os impactos que o trabalho em excesso traz na saúde mental.

“As empresas precisam olhar com cuidado e respeito para os colaboradores, pois a depressão é uma das principais causas de absenteísmo, e vale ressaltar que é silenciosa. Muitos fatores trazem atenção como a baixa produtividade, estresse, fadiga e ansiedade”, alerta Rebeca Toyama, especialista em carreira.

Primeiros Sintomas

Muito já se falava antes da pandemia sobre as doenças que impactam a saúde mental, como a depressão e a síndrome de burnout, por exemplo. Mas mesmo assim, existe uma certa dificuldade para identificar os primeiros sinais e sintomas do profissional, seja de forma presencial, híbrida ou até com parte da equipe remota.

A especialista diz que os sintomas podem ser identificados com uma observação do comportamento da pessoa em seu dia a dia, assim como em suas ações. “Observar se o colaborador está se afastando das pessoas de sua convivência, se houve diminuição na produtividade, redução do autocuidado e faltas frequentes, são alertas importantes para se analisar”, afirma.

Por sua vez, as empresas têm o dever de implementar programas de prevenção de doenças mentais que trazem profissionais capacitados que podem ajudar na  identificação e também no acolhimento dos colaboradores que apresentem algum sinal de transtorno mental, como por exemplo: stress, dificuldade de concentração, falta de motivação, ansiedade e tristeza.

“Uma empresa consciente precisa fazer investir em programas de prevenção de doenças mentais e/ou programas de bem-estar. O papel dos líderes neste momento também é essencial! Acolher e apoiar o colaborador de forma humana, mostrando o quão é importante seu trabalho para equipe, além de ajudar o time a entender esse momento sem perder o foco e a motivação”, finaliza, Rebeca Toyama.

Para auxiliar as empresas a entenderem como fazer a diferença na saúde mental dos colaboradores, Rebeca Toyama, especialista em carreira aponta as 5 principais dicas:

  1. Cuidado com a psicofobia: Crie espaços para que as pessoas possam falar sobre o tema de forma segura e respeitosa;
  2. Prepare os gestores para lidar com o tema: A maioria das graduações e pós-graduações não ensinam lidar com esse desafio;
  3. Programas de prevenção de doenças mentais e promoção de bem-estar devem ser encarados como investimento;
  4. Destacar um profissional do RH, preferencialmente um psicólogo para ser um ponto de acolhimento e escuta;
  5. Inserir na comunicação interna pautas relacionadas ao tema com o intuito de desmistificar assuntos como: suicídio, depressão problemas com álcool de drogas, burnout e luto.

 

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