Moraes rebate argumentos da defesa, e diz que Bolsonaro promoveu ‘encadeamento de mentiras’

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rebateu os argumentos apresentados pela defesa de Jair Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente promoveu um “encadeamento de mentiras” na reunião de 2022 com embaixadores no Palácio da Alvorada.

Moraes deu as declarações ao votar no julgamento do TSE, que condenou, por 5 votos a 2, o ex-presidente à inelegibilidade até 2030.

Bolsonaro foi julgado pela reunião com diplomatas estrangeiros, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro foi transmitido pela TV oficial do governo. A ação analisada pelo TSE foi apresentada pelo PDT, que apontou abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

“Não há nada de liberdade de expressão. O presidente, que ganhou as eleições de 2018, diz que há fraude. O presidente ataca a Justiça Eleitoral que o elege há 40 anos. Isso não é liberdade de expressão. É conduta vedada. Utilizando dinheiro público, estrutura púbica, é abuso de poder”, disse Moraes.

O magistrado disse ainda não haver dúvidas de que, na reunião, Bolsonaro “atentou contra a Justiça Eleitoral”.

“As urnas são offline, não são online. Tudo querendo insinuar fraude. Mentira. Assim como é mentira quando diz que o código-fonte não foi divulgado. Ficou um ano disponível. Outra mentira. Um encadeamento de mentiras, de notícias fraudulentas”, afirmou Moraes.

 

“Acusando o TSE de conspirar contra sua reeleição. ‘Tudo o que eu falo aqui é conclusão da Polícia Federal ou informações do TSE’. Mentira. ‘Não é um sistema confiável porque não é auditável’. Mentira. Uma série de informações mentirosas, notícias fraudulentas. Objetivo foi simplesmente desopilar? Presidente acordou nervoso, quis desopilar, e aí vamos atacar o sistema?”, frisou Moraes.

O que diz a defesa de Bolsoanaro

Responsável pela defesa de Bolsonaro, o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho afirmou que a discussão do sistema eletrônico de votação não pode ser considerada um tema tabu na democracia e que a reunião foi um evento diplomático.

Segundo ele, Bolsonaro apenas tentou propor um debate público para aprimorar o sistema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *