F1 e Ferrari testam cobertura de pneus para corridas com chuva

O piloto de Fórmula 2 e irmão de Charles Leclerc, Arthur Leclerc, e o reserva da Ferrari, Oliver Bearman, assumiram nesta quinta-feira o volante dos carros de 2022 e 2024 da equipe no Circuito de Fiorano, na Itália. A dupla testou um dispositivo, ainda em desenvolvimento pela F1 e a Federação Internacional do Automobilismo (FIA), criado para cobrir os pneus de chuva e conter jatos d’água lançados pelos carros.

A peça está em desenvolvimento desde o ano passado, quando as queixas de pilotos sobre os sprays d’água lançados pelos carros se tornou mais vocal.

A questão ganhou ainda mais peso após a morte do adolescente Dilano Van ‘t Hoff, de 18 anos, vitimado por um grave acidente na etapa de Spa-Francorchamps da Fórmula Regional Europeia (FRECA).

Arthur Leclerc e Oliver Bearman testam cobertura de pneus de chuva da F1 em Fiorano — Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images
Arthur Leclerc e Oliver Bearman testam cobertura de pneus de chuva da F1 em Fiorano

O Leclerc mais jovem guiou o SF-75, carro de 2022 da equipe, enquanto Bearman, que chegou a disputar o GP da Arábia Saudita deste ano no lugar de Carlos Sainz (em recuperação de uma apendicectomia), pilotou o atual carro do time.

Ainda no último ano, a categoria já havia testado para-lamas removíveis, com ajuda da Mercedes e McLaren. Mas os testes no Circuito de Silverstone, na Inglaterra, não foram satisfatórios e o projeto voltou para a fase inicial.

Por que os carros de F1 criam sprays d’água?

Os vincos nos pneus de chuva forte são maiores que os dos pneus intermediários – para chuva de baixa intensidade. Por isso, eles deslocam mais água para evitar que o carro aquaplane (perca o controle) sob a pista molhada.

Além disso, os pneus acabam criando uma “área de esguicho” ao sugarem a água para dentro do difusor, cuja pressão faz expelir ainda mais água.

A água deslocada pelos pneus é lançada para trás, fenômeno que acaba sendo potencializado pela aerodinâmica dos carros, no atual regulamento do efeito solo (segundo o qual o assoalho e não mais as asas passam a gerar mais carga aerodinâmica) e pelo fluxo de ar que percorre chassi e rodas.

O acidente fatal na FRECA, porém, não foi o único motivador desta discussão; os longos atrasos e paralisações nos GPs da Bélgica de 2021 e do Japão de 2022 causaram uma grande dor de cabeça para a FIA e a F1. Na época da prova no Circuito de Suzuka, o então bicampeão Max Verstappen chegou a se oferecer para testar melhorias para a categoria.

A F1 retorna em 19 de maio com o GP da Emilia-Romagna, válido como a sétima etapa da temporada 2024.

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