De Pezão a Quaquá: ex-prefeitos de cidades do Rio miram volta as origens na eleição de 2024

As eleições municipais de 2024 prometem ser marcadas pelo retorno às origens de nomes tradicionais da política fluminense. Pelo menos nomes que ocuparam a cadeira de prefeito no início de suas carreiras se movimentam para voltar ao cargo: o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB) em Piraí, o deputado federal Washington Quaquá (PT) em Maricá e o secretário-executivo da prefeitura de Niterói, Rodrigo Neves (PDT).

 

A retomada da carreira política de Pezão é dada como certa em Piraí, município que ele governou de 1997 a 2005. Depois disso, ele assumiu o Executivo estadual e acabou sendo preso em 2017, acusado de integrar um esquema de corrupção chefiado pelo também ex-governador Sérgio Cabral. Após ser absolvido, Pezão tem frequentado reuniões com correligionários da região Sul Fluminense.

O ex-governador do Rio confirma a movimentação, mas alega que sua decisão sobre concorrer ou não só vai sair em dezembro. Ele alega que tem comparecido a compromissos políticos na sua cidade somente “para matar as saudades”:

— Estou tentando ainda convencer a eleitora mais difícil de todas, minha esposa Maria Lúcia, que não quer que eu volte para a política. Ela sofreu muito nos últimos anos — justifica Pezão.

Em Niterói, o nome de Rodrigo Neves, atual secretário-executivo do município, é visto como um dos mais fortes para fazer frente ao deputado federal Carlos Jordy (PL), principal representante local do bolsonarismo e que deverá se candidatar a prefeito. A aposta ganhou força depois que Neves foi convidado a assumir um cargo no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), mas recusou para ser secretário na própria cidade.

Embate com bolsonarista

 

Neves tem sido visto em agendas em clima de pré-campanha, como uma visita ao Mercado Municipal da cidade com o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que foi seu vice na última eleição, quando concorreu a governador. O político, porém, nega movimentação. Diz que o atual prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), ainda pode tentar a reeleição e terá prioridade caso queira ser candidato:

— O prefeito Axel, que foi meu vice e que indiquei como candidato em 2020 em uma gestão de continuidade, fez muitos avanços e pode ser reeleito. Ele só não será candidato se não quiser. Neste momento não estamos pensando na eleição, e sim concentrados em cumprir os compromissos assumidos com os eleitores.

Quem já anunciou que vai concorrer foi Washington Quaquá (PT-RJ), ex-prefeito de Maricá. Caso se reeleja, trocará um salário mensal bruto de R$ 41,6 mil por outro de R$ 27,2 mil. Justifica a decisão afirmando querer retomar projetos que implementou durante sua primeira passagem pelo cargo municipal, de 2009 a 2016.

Quaquá diz que já consolidou um grupo forte de apoio à sua candidatura, que inclui 15 dos 16 vereadores de Maricá. Ele afirma que vai contar ainda com o apoio do atual prefeito do município, o seu correligionário Fabiano Horta.

— Pesquisas têm indicado que tenho 65% dos votos. Como o atual prefeito tem 97% de aprovação e é meu aliado, acredito que dá para crescer um pouco mais.

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