Mais de 180 casais dizem sim em cerimônia de casamento comunitário na Catedral Metropolitana do Rio
O céu fechado e cinzento, não tirou o brilho e a alegria de 186 casais que disseram o “sim” na Catedral Metropolitana, no Centro do Rio. A cerimônia de casamento comunitário, organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, foi realizada neste sábado. Para muitos, foi a oportunidade de tornar possível o sonho do casamento já que a falta de recursos é um empecilho para oficializar as uniões. Um grupo de juízes voluntários foi o responsável por formalizar a união de pessoas de diferentes idades e perfis.
O céu fechado e cinzento, não tirou o brilho e a alegria de 186 casais que disseram o “sim” na Catedral Metropolitana, no Centro do Rio. A cerimônia de casamento comunitário, organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, foi realizada neste sábado. Para muitos, foi a oportunidade de tornar possível o sonho do casamento já que a falta de recursos é um empecilho para oficializar as uniões. Um grupo de juízes voluntários foi o responsável por formalizar a união de pessoas de diferentes idades e perfis.
O céu fechado e cinzento, não tirou o brilho e a alegria de 186 casais que disseram o “sim” na Catedral Metropolitana, no Centro do Rio. A cerimônia de casamento comunitário, organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, foi realizada neste sábado. Para muitos, foi a oportunidade de tornar possível o sonho do casamento já que a falta de recursos é um empecilho para oficializar as uniões. Um grupo de juízes voluntários foi o responsável por formalizar a união de pessoas de diferentes idades e perfis.
—— A parte mais emocionante da nossa história é a gente conseguir se casar. Eu conheci a Catedral pela igreja comunitária do meu bairro. Lá me informaram que teria um casamento comunitário aqui. Eu vim ao templo, fiquei encantada e determinei que casaria aqui —– contou Carla.
—- São 37 anos juntos com muito amor e muita vontade de nos casar. Temos dois filhos juntos e eu costumo dizer que ela é minha eterna namorada. Estamos emocionados. Convidei como testemunhas o meu irmão e a minha cunhada. Quando eles se casaram, nós é que fomos as testemunhas deles também —– completou Rogério.
Longa espera até o sim
Dez anos até formalizar a união. Foi o que aconteceu com Vanessa Alves de Araújo, de 25 anos, e Leonardo Silva Zerbinato, de 26, moradores de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Na adolescência, ela foi a uma festa de debutante para celebrar o aniversário da prima e, lá, conheceu um convidado “penetra” que viria a ser o amor da sua vida, com quem casaria dez anos depois. A coordenadora de creche de educação infantil e o estoquista de restaurante, que também trabalha como motorista, já moram na mesma casa e financiam juntos o imóvel em que residem e um carro, mas faltava algo a mais.
—- É importante regularizar a união também por planos de saúde, essas questões. Estar tudo organizado para a chegada de filhos, que pensamos em ter, facilita para nós ——-, disse ela, que agora sonha em passar para o concurso de magistério do Município. Já Leonardo está fazendo o concurso da Polícia Militar, instituição a que deseja pertencer em breve.
Pandemia, falta de recursos, “enrolação” e chegada de bebê
A pandemia adiou os planos de casamento da auxiliar administrativa Juliana Sarro, de 23 anos, e do autônomo Douglas Carvalho, de 31. Moradores de Santa Cruz e juntos há seis anos, souberam da oportunidade de formalizar o casamento sem custo pelo Instagram, na mesma rede social que os uniu.
—- Nós nos conhecemos em um restaurante. Cada um estava com seus primos. Foi paixão à primeira vista e ele pediu para falar com meu primo, que deu meu perfil no Instagram escondido. Então, trocamos mensagens e foi ali que tudo começou —— compartilhou a noiva.
E diante da oportunidade de se tornar a senhora “da Costa”, a protética Simone Machado Laranjeiras não perdeu tempo. Quando perguntada pelo juiz se queria incluir o sobrenome do marido, Paulo Eduardo, o “sim” foi imediato. A profissão uniu Simone, de 38 anos, e Paulo, de 34, moradores de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e juntos há 12 anos. Eles se conheceram numa festa que reuniu colegas de profissão e acabou se apaixonando. Hoje, são pais de um menino de 11 anos.
- — Casar era um sonho antigo. Demoramos bastante, a questão financeira era um obstáculo. O que muda é uma segurança agora do casamento. Até já indiquei para pessoas da família participarem do projeto no ano que vem —– revelou a noiva.
25 anos ‘enrolando’
E depois de 25 anos “enrolando” a companheira Iracélia Magalhães, de 47 anos, como ela mesma contou rindo, o porteiro Francisco Camelo, de 59 anos, enfim mudou seu estado civil. E levou a filha, Isadora Maria, de 24 anos, para testemunhar o grande feito, possível graças a uma condômina do prédio em que trabalha, que soube da oportunidade e o avisou. Assim, o casal, que se conheceu na cidade-natal de ambos, Santa Quitéria, no Ceará, pôde, enfim, se chamar oficialmente de marido e mulher.
Magistrados partilham a felicidade dos casais
Voluntário da iniciativa, o juiz Antônio Luiz da Fonseca Lucchese já participou de cerca de dez casamentos comunitários. Para ele, participar do projeto é uma oportunidade de se sentir mais leve e feliz.
—- É um momento de alegria, de felicidade. Fiquei muitos anos na área criminal, com tantas mazelas, e aqui, muito pelo contrário, é um momento em que o juiz se sente feliz porque ele vê a alegria no olhar de ambos os nubentes — afirmou.
A juíza Ane Cristine Scheele Santos participa das ações sociais do TJRJ há mais de dez anos e já oficializou tantos casamentos que nem se lembra mais do número. Entretanto, afirma que o evento traz sempre uma novidade e um sentimento de gratidão se renova a cada vez.
—- Entendo que é muito importante porque é uma forma de os casais tornarem solene a união estável, conseguir transformá-la em casamento de uma forma prática, acessível. Isso impacta na questão jurídica. A união estável é uma situação fática, os casais hoje em dia que vivem em união estável têm os mesmos direitos que o casal que já está casado. A diferença é que, a partir do momento em que oficializa esse casamento, no aspecto legal, já está tudo por escrito, não necessita de oitiva de testemunhas para poder comprovar aquela relação do casal, não necessita de nenhuma outra comprovação extra autos, porque já está tudo oficializado perante a Justiça e o cartório —- citou ele, casado há seis anos, com uma filha e a segunda a caminho.
Também parceiros do evento, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) forneceram o bolo e fotógrafos para fazer os registros dos casais.