Covid-19: subvariante XBB causa maioria dos casos em SP e no Rio e reverte tendência de queda da doença

O levantamento mais recente da rede de saúde integrada Dasa, baseado nas informações de mais de 980 laboratórios pelo Brasil, identificou que a subvariante da Ômicron XBB já representa mais de 60% dos casos de Covid-19 no Estado do Rio de Janeiro. Em São Paulo, essa proporção é ainda maior – quase 80% das amostras correspondem à linhagem do novo coronavírus.

Ao mesmo tempo em que a subvariante cresce nos estados, o levantamento da Dasa observou um aumento na taxa de positividade da doença – proporção dos testes realizados cujo resultado é positivo para a Covid-19. O indicador é importante uma vez que, devido à melhora do cenário epidemiológico, muitas pessoas com sintomas não buscam o diagnóstico, o que faz com que os números reais da doença possam ser mais altos que os oficiais.

“Nós vemos uma reversão, houve um aumento na taxa de positividade nas últimas semanas que está relacionada ao aumento da predominância desta nova variante, portanto podemos estar diante de uma nova onda, ainda que leve, mas às vésperas do carnaval é sempre preocupante”, afirma José Eduardo Levi, virologista e coordenador do Genov – programa de monitoramento genômico da Dasa – e superintendente de pesquisa, desenvolvimento e novos produtos da rede, em comunicado.

Entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro, os índices de positividade dos estados foram de 18,41% e 15,27%, respectivamente, para São Paulo e Rio de Janeiro. Em comparação com a semana anterior, de 20 a 26 de janeiro, o estado paulista subiu quatro pontos percentuais, e o fluminense, cinco pontos.

O crescimento reverte uma tendência de queda que vinha durante o mês de janeiro. Nos dois estados, a taxa atual é a mais alta desde a primeira semana de janeiro. Além disso, o aumento puxou uma elevação na positividade do país. Enquanto entre 20 a 26 de janeiro, cerca de 12,27% dos testes tiveram resultado positivo para a Covid-19 no Brasil, na última semana esse percentual subiu para 14,12%.

A mudança na tendência é simultânea à predominância da XBB entre as amostras, subvariante que demonstrou a maior capacidade de escapar da resposta imune de infecção prévia e vacinas até agora e provocar novos casos da doença. Uma de suas ramificações, a XBB.1.5, foi inclusive apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a versão mais transmissível da Covid-19 até agora.

Com isso, a linhagem desbancou a BQ.1 no país, que dominava desde o final de 2022 e foi a responsável pela última onda do coronavírus no país. Desbancou também amostras que ainda eram provocadas pela BA.5, predominante antes da BQ.1, no meio do ano passado.

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