Lula agradece aprovação de intervenção na segurança do DF e diz que ‘pessoas alopradas’ não entenderam que eleição acabou
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (11), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e outros deputados e senadores.
O petista agradeceu aos congressistas pela aprovação do decreto presidencial que determinou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. E também afirmou que um grupo de “pessoas alopradas” ainda não entendeu que a eleição de 2022 acabou.
“O que aconteceu aqui [em Brasília] eu até não gostaria de pensar em golpe, eu até gostaria de pensar numa coisa menor, quem sabe um grupo de pessoas alopradas que ainda não entendeu que a eleição acabou, que ainda não querem aceitar que a urna eletrônica é possivelmente o modelo eleitoral mais perfeito que a gente tem em todos os países do mundo”, disse Lula.
Ao agradecer aos congressistas pela aprovação do decreto de intervenção na segurança do DF, o petista afirmou que a medida mostra que pessoas que não querem respeitar as leis e a Constituição serão punidas.
“Qualquer gesto que contrarie a democracia brasileira será punido dentro daquilo que a lei permite punir. Todo mundo, todo mundo terá direito de se defender, todo mundo terá direito a prova da inocência, mas todo mundo será punido”, afirmou.
Crítica a Bolsonaro
Na reunião com deputados e senadores, Lula voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por não reconhecer a derrota nas eleições de outubro de 2022.
“Lamentavelmente o presidente que deixou o poder não quer reconhecer a derrota. Ainda hoje, eu vi declarações dele não reconhecendo a derrota. Eu só posso considerar um grupo de aloprados, de gente com pouco senso de ridículo”, afirmou o presidente.
Ele também lembrou que o PL, partido de Bolsonaro, questionou sem apresentar provas a segurança das urnas eletrônicas e foi multado por atuação irregular na Justiça.
“Já entraram na justiça e a justiça disse qual foi o resultado eleitoral e já indeferiu o processo deles e ainda condenou o partido que entrou com o questionamento a pagar uma multa grandiosa do fundo partidário”, acrescentou Lula.
A reunião
A previsão era de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participasse do encontro, porém, segundo a assessoria, o senador acordou indisposto e foi representado por Veneziano.
Lula se reuniu com os representantes do Congresso Nacional no dia seguinte à aprovação da intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal pelo Senado.
A intervenção, prevista para durar até 31 de janeiro, está em vigor desde a edição do decreto, porém precisava da aprovação da Câmara e do Senado.
Congresso aprova decreto de Lula que determinou a intervenção na segurança do DF
Lula recebeu uma cópia do ato legislativo que confirmou a intervenção. O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira (10) o decreto que aprovou a medida adotada por Lula.https://07fff5e1ba5dc2cfaba3c198e6ad635c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
O petista tomou a medida domingo (8) após bolsonaristas radicais invadiram e depredarem as sedes dos três poderes, em Brasília.
Até 31 de janeiro, o interventor Ricardo Cappelli responde pela segurança do Distrito Federal no lugar da governadora em exercício, Celina Leão – o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por 90 dias pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
CPI
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, afirmou que conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a instalação de uma CPI para investigar os atos de domingo.
“Nós teremos a comissão parlamentar de inquérito em fevereiro. Já despachei sobre isso com o presidente Rodrigo Pacheco ainda ontem [terça-feira]”, disse.
“Em fevereiro teremos uma CPI para investigar os atos de terror e quem são os responsáveis”, acrescentou.
Nesta terça, Pacheco disse considerar adequada a instalação de uma CPI para apurar os fatos, mas não quis se comprometer, porque é candidato à reeleição ao comando da Casa e, se perder a disputa interna, não caberá mais a ele decidir sobre o assunto.