Dor de cabeça e queda de cabelo estão entre as principais sequelas da Covid longa

Cientistas traçaram uma lista das principais sequelas da chamada síndrome pós-infecção aguda por Sars-CoV-2, conhecida também como síndrome pós-Covid ou Covid longa.

De acordo com a pesquisa, publicada no último dia 25 no periódico científico Jama (Journal of the American Medical Association), existem 37 sintomas que podem caracterizar a síndrome, com um risco de aparecimento maior em indivíduos que tiveram infecção até seis meses antes contra aqueles que nunca tiveram a doença.

Diferentemente de outros estudos que listaram os sintomas da síndrome pós-Covid com base em avaliações eletrônicas dos pacientes, o levantamento atribuiu notas (escores) aos principais sintomas que eram reportados e depois fez uma análise estatística para incluir apenas aqueles que tinham uma frequência maior (razão de risco 1,5 ou maior) em pacientes que tiveram infecção no passado.

Com isso, 12 sintomas com pelo menos 25 manifestações sintomáticas foram encontrados. Os 12 principais sintomas da Covid longa são: perda de olfato e paladar, dores no corpo (mal-estar generalizado), tosse persistente, confusão (“névoa”) mental, sede, palpitações, dores no peito, fadiga, perda de desejo ou capacidade sexual, tontura, sintomas gastrointestinais e movimentos anormais.

Os sintomas podem aparecer isolados ou em conjunto e persistir por no mínimo 30 dias. A pesquisa ainda está em andamento e, assim, novos resultados futuros podem ser apresentados.

O período estudado compreendeu pacientes infectados no início da pandemia até 10 de abril de 2023, uma vez que a pesquisa ainda está em andamento. A análise verificou também se havia diferença entre os sintomas reportados por aqueles que tiveram uma infecção antes, durante e após a onda de ômicron no país, já que outros estudos indicaram diferentes sintomas associados a essa e a outras variantes.

A incidência de síndrome pós-Covid encontrada foi de aproximadamente 1 em cada 10 indivíduos com histórico prévio de infecção por Sars-CoV-2. Em relação às diferentes ondas, a frequência e gravidade dos sintomas foram maiores nos pacientes que tiveram a doença antes da chegada da ômicron.

Ainda de acordo com o estudo, os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com os sintomas de síndrome pós-Covid mais frequentes: o primeiro, com alteração no olfato ou paladar (100%); no segundo, mal-estar (99%) e fadiga (84%) eram mais comuns; o terceiro incluía participantes com confusão mental (100%), mal-estar (99%) e fadiga (94%); e, por fim, o último e quarto grupo apresentava fadiga, mal-estar, confusão mental (94%), palpitações (86%) e distúrbios gastrointestinais (88%).

Os autores afirmam que, dada a heterogeneidade de sintomas da síndrome pós-Covid, determinar se a Covid longa representa uma condição única ou reflete um grupo de fenótipos (sintomas) é importante. “Estudos recentes dão suporte à presença de diferentes grupos de sintomas da síndrome pós-Covid, embora a caracterização desses grupos [fenótipos] seja inconsistente e dependente de dados amplamente disponíveis.”

É preciso ainda, porém, definir melhor quais são os possíveis fatores de risco associados às sequelas da Covid. Na pesquisa, 71% dos participantes eram mulheres, 16% hispânicos ou latinos e 15% negros. Outros estudos indicam que mulheres e pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver a Covid longa.

Ainda, compreender o papel da vacinação no aparecimento dos sintomas pós-Covid é fundamental. Como muitos dos pacientes tiveram o quadro de Covid antes da ômicron, quando as variantes eram em geral mais agressivas e a cobertura vacinal ainda não era homogênea, é possível que as sequelas sejam reduzidas naqueles que receberam o reforço vacinal.

Segundo os pesquisadores, o estudo é o primeiro a classificar casos de síndrome pós-infecção aguda de Sars-CoV-2 de acordo com a frequência de sintomas, e novas pesquisas podem aprimorar, até mesmo por meio de algoritmos, o que caracteriza a Covid longa.

A inclusão de dados sociodemográficos dos pacientes, como sexo, idade, presença de comorbidades, gestação e estado vacinal no momento em que contraíram a Covid pode ajudar também a melhor compreender a associação dos sintomas com os diferentes fatores de risco.

VEJA ABAIXO A LISTA DE SINTOMAS

  • Fadiga;
  • Febre/calafrios/suor;
  • Mal-estar;
  • Inchaço das pernas;
  • Dores no peito;
  • Palpitações;
  • Queda de cabelo;
  • Mudanças no tom de pele;
  • Lesões na pele;
  • Dores na pele;
  • Alterações na visão;
  • Alterações na audição;
  • Dor abdominal;
  • Boca seca;
  • Distúrbios gastrointestinais;
  • Dor de dente;
  • Dor nas costas;
  • Dor nos pés;
  • Dores nas articulações;
  • Dor muscular;
  • Fraqueza;
  • Movimentos anormais;
  • Confusão mental;
  • Tontura;
  • Dor de cabeça;
  • Perda de olfato ou paladar;
  • Tremores;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Perda do desejo ou incapacidade sexual;
  • Distúrbios de sono;
  • Tosse persistente;
  • Falta de ar;
  • Apneia do sono;
  • Dor de garganta;
  • Problemas urinários

 

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