Demissão de professora que mostrou imagens de Maomé causa polêmica nos EUA

A Universidade de Hamline, em Minnesota, nos Estados Unidos, tornou-se alvo de críticas por ter demitido uma professora que mostrou imagens do profeta Maomé durante suas aulas.

A instituição “reconhece que não renovou o contrato de uma professora de História da Arte no semestre passado após a queixa de uma estudante muçulmana”, afirmou ao grupo de liberdades civis Fire em uma denúncia apresentada em 4 de janeiro no conselho de ensino superior dos EUA.

Para a aluna, o fato de que a professora “mostrou em aula, de forma opcional, um quadro do século XIV que representa o profeta Maomé como parte de uma discussão sobre arte islâmica” viola suas crenças religiosas, acrescentou a organização.

O Islã, em sua interpretação estrita, proíbe qualquer representação de Maomé. Porém, a associação Fire considera que dispensar a professora constitui “uma clara violação” das normas universitárias que exigem “garantir a liberdade de expressão e (…) a liberdade acadêmica”.

Erika López Prater, professora suplente, já havia mostrado outra imagem do profeta durante seu curso online em outubro, mas deu aos alunos várias vezes a oportunidade de sair se assim desejassem, informou a mídia americana.

A universidade a acusou de islamofobia e ela se desculpou, ainda que em vão.

— O respeito pelos estudantes que professam a fé muçulmana nesta aula deveria ter prevalecido sobre a liberdade acadêmica — declarou a presidente da Universidade de Hamline, Fayneese Miller, em e-mail citado pelo The New York Times.

“Se um professor de História da Arte não pode mostrar aos universitários uma obra de arte essencial por medo de que os alunos ou o grupo ofendido possam fazê-lo ser demitido, então não há garantia de liberdade acadêmica nesta instituição e não há compromisso com o ensino superior”, reagiu a Academic Freedom Alliance em e-mail enviado à universidade no início de janeiro, em que exige a reincorporação imediata de López Prater.

Uma petição online em apoio à professora já reuniu mais de 7.600 assinaturas desde 24 de dezembro.

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