Quase 100 mil famílias de Niterói e de São Gonçalo ainda estão sem luz mesmo após prazo dado pela Justiça

Quase 100 mil famílias de Niterói e de São Gonçalo ainda estavam sem luz na noite desta segunda-feira (20), 48 depois que uma tempestade afetou a infraestrutura de energia da Enel. Houve protestos nas duas cidades.

Também nesta segunda-feira, a Justiça tinha determinado que a Enel restabelecesse o fornecimento de energia em Niterói em até 6 horas, sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Esse prazo já expirou, mas clientes seguiam no escuro na manhã desta terça-feira (21).

A Prefeitura de São Gonçalo informou que 9 postos de saúde e 15 escolas, com 4.500 alunos, não abriram nesta terça por falta de energia.

Às 8h desta terça, a Enel informou que 97% dos clientes já tinham sido atendidos, mas não detalhou as áreas ainda no blecaute.

Um dos bairros ainda sem luz é o Fonseca. Comerciantes relatam prejuízos diários de R$ 15 mil por causa do apagão.

Na Rua São Januário, a padaria do Seu Carlos Eduardo amanheceu no breu. “Ninguém dá resposta para a gente. A Enel chegou a vir aqui, tirou fotos, e prometeu normalizar na tarde de ontem [segunda-feira]. Até agora nada, e o prejuízo está péssimo”, lamentou.

Patricia Leal trabalha com marmitas e acumula prejuízo. “A conta está lá, para ser paga, dia 23, inclusive. Nós já fizemos até boletim de ocorrência. O que a gente bebe? Agora, por exemplo, acabou a água, porque não tem bomba para mandar para cima. Eu perdi tudo no congelador”, reclamou.

“Tem bebês e senhoras que dependem de insulina! É um caso de calamidade. As pessoas não têm nem medicamento.”

Protestos

Moradores fecham rua e atearam fogo a pedaços de madeira no Centro de Niterói — Foto: Reprodução/TV Globo

Ao longo da segunda-feira, foram realizados protestos pedindo o restabelecimento de energia. Manifestantes atearam fogo a pneus e a montanhas de lixo, fechando ruas importantes, como os acessos à Ponte Rio-Niterói, no Ponto Cem Réis, no Fonseca.

A Polícia Militar chegou e usou balas de borracha contra os manifestantes.

No Centro de Niterói, o trânsito ficou complicado na Marquês de Paraná, onde moradores também se manifestaram contra a falta de luz.

Um outro grupo também protestou em frente a um caminhão da Enel concessionária responsável pela região, na Rua Francisco da Cruz Nunes, em Pendotiba.

Ressarcimento

Em relação a possíveis danos a aparelhos elétricos, a Enel informou que segue o que determina a Resolução 1.000/2021 da Aneel.

O cliente pode realizar sua solicitação via aplicativo da Enel Rio, site www.enel.com.br, contato com a central de relacionamento (0800 28 00 120) ou comparecer em uma loja da Enel.

É possível ingressar com a solicitação no prazo máximo de até 5 anos a contar da data provável da ocorrência do dano elétrico no equipamento. Para dar entrada no pedido de ressarcimento, é necessário atender aos seguintes requisitos:

  • ser o titular da unidade consumidora onde houve a ocorrência;
  • informar a data e o horário provável da ocorrência do dano;
  • relatar o problema apresentado;
  • descrever as características gerais do equipamento danificado, tais como: marca, modelo, ano de fabricação etc.

O que diz a Enel

“A Enel Distribuição Rio informa que 97% dos clientes afetados pela intensa tempestade registrada na noite de sábado (18) tiveram o serviço normalizado, nos 66 municípios atendidos pela distribuidora.

O evento climático, com chuva, rajadas de vento e descargas atmosféricas, causou danos severos à rede elétrica de várias cidades fluminenses, interrompendo o fornecimento de energia. Neste momento, as cidades mais afetadas são Niterói, São Gonçalo, Petrópolis e Maricá.

Dando sequência ao plano verão preparado para este período crítico, foi acionado imediatamente um reforço no número de equipes em campo para agilizar o atendimento às emergências. A Enel segue trabalhando para recuperar todos os clientes o mais rápido possível.”

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