Perícia não encontra indícios que bombeira tenha sido morta pelo marido em Bangu

A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), em primeira análise, não encontrou indício suficiente para afirmar que Dayana Brasil Tenório, 38, foi baleada e morta pelo marido na segunda-feira (5), em Bangu, Zona Oeste do Rio. A mulher estava em casa com o companheiro, o cabo da Polícia Militar Luiz Felipe Perozini Cardoso, de 31 anos, quando foi atingida com um tiro no rosto durante uma discussão e morreu.

Em depoimento, o policial, que é lotado 14ª BPM (Bangu), disse que estava dormindo no sofá quando a mulher o acordou querendo conversar sobre o relacionamento, resultando em um desentendimento entre o casal. No decorrer da discussão, ela teria pegado a arma do marido – que estava no sofá e próxima dele – iniciando, então, uma luta corporal pela posse da arma e, consequentemente, um disparo que atingiu de raspão o homem e, em seguida, o rosto da vítima.
Após o tiro que atingiu Dayana, o próprio companheiro chamou os vizinhos e acionou a Polícia Militar para o socorro. Os celulares dele e de Dayana foram apreendidos pela DHC, além da arma que efetuou o disparo. Os objetos também passaram por perícia.
De acordo com os agentes, amigos e parentes de Dayana foram ouvidos na especializada e informaram não ter conhecimento de prática de violência doméstica entre o casal, bem como não há registro de ocorrência ou evidência que a mulher já tenha sofrido algum tipo de agressão física por parte do companheiro.
“Por meio dos laudos periciais elaborados pelo Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, e com o depoimento do companheiro da vítima – na condição de testemunha -, que durou mais de quatro horas, foi constatado, até o momento, o quadro fatídico da morte”, diz a Polícia Civil em nota. Até o momento, para os investigadores, as provas coletadas, assim como os depoimentos de testemunhas, reafirmam a versão apresentada pelo marido da bombeira.
Familiares de Dayana contestam a versão apresentada por Luiz Felipe. Eles afirmam que a vítima não seria capaz de atirar no próprio rosto, mas vão aguardar a conclusão da investigação. Durante o velório de Dayana, na tarde desta terça-feira (9), o primo dela, Alan Tenório, de 42 anos, falou sobre a perda.
“Estamos aguardando as investigações. Dayana era uma menina muito vaidosa, é impossível ela ter atirado no próprio rosto. Dayana não se matou, ela não estava doente, ela não sofreu acidente, ela não estava mal, ela queria mudar de vida. Estava com viagens marcadas, ajeitando o apartamento para viver a vida dela, era independente, vida financeira boa…”, descreveu.

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