Escultura de Aldir Blanc é vandalizada na Tijuca

Inaugurado há menos de um ano, o monumento em homenagem ao compositor e escritor Aldir Blanc, na Tijuca, na Zona Norte, foi vandalizado na madrugada da última quinta-feira (18). Tudo foi filmado.

Nas imagens de uma câmera da Prefeitura do Rio é possível ver que um homem com uma mochila chega e rabisca a estrutura, que fica entre a Rua Marechal Trompowski e Avenida Maracanã.

Em seguida o suspeito vai embora sem se incomodar. Toda a ação durou menos de 3 minutos.

Agentes da Subprefeitura da Tijuca e da Guarda Municipal estiveram no local. A Comlurb foi acionada e disse que fez a limpeza na noite desse domingo (21). O suspeito ainda não foi identificado.

Homenagem a morador ilustre do bairro

No ano passado, três anos após a morte de Aldir – vítima da Covid-19 em maio de 2020 aos 73 anos –, o autor de sucessos como “O bêbado e a equilibrista”, “Dois pra lá, dois pra cá” e mais de outras 600 canções ganhou um espaço em sua homenagem.

Um jardim com uma escultura dele foi inaugurado em maio do ano passado no bairro onde o poeta viveu durante quatro décadas.

O monumento assinado pelo artista Mello Menezes tem um totem em concreto, que remete a folhas, no qual estão uma figura de Aldir Blanc e uma placa com texto assinado pelo jornalista Luís Pimentel.

A obra, feita sob a supervisão da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Secretaria Municipal de Conservação, teve um investimento de R$ 168 mil.

Vida e carreira de Aldir Blanc

 

O escritor e compositor Aldir Blanc, em 2006 — Foto: FFábio Motta/Estadão Conteúdo

Blanc é autor de vasta obra musical e literária, como “O bêbado e a equilibrista”, feita com João Bosco e eternizada na voz de Elis Regina.

Nascido no bairro do Estácio, no Rio, era médico, cronista, compositor e letrista apaixonado pelo subúrbio do Rio.

Só na Tijuca ele morou por 40 anos e era figura conhecida do bairro. Frequentava bares da região e sempre retratava em suas composições a beleza que via no próprio bairro. A escolha do lugar da homenagem não foi em vão: ele costumava cantar na beira do Rio Maracanã.

O artista é considerado um dos grandes nomes da música brasileira. Em 50 anos de carreira, fez parcerias com outros grandes nomes, como: João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.

Médico por formação, Aldir abandonou a medicina para se dedicar ao que amava: a música.

Também escritor, suas crônicas eram reconhecidas pelas bem-humoradas histórias e personagens da Zona Norte do Rio.

Publicou vários livros, entre eles “Rua dos Artistas e Arredores” (Ed. Codecri, 1978); “Porta de tinturaria” (1981), “Brasil passado a sujo” (Ed. Geração, 1993); “Vila Isabel – Inventário de infância” (Ed. Relume-Dumará, 1996), e “Um cara bacana na 19ª” (Ed. Record, 1996), com crônicas, contos e desenhos.

Contribuiu, ainda, com crônicas para os jornais “O Globo”, “O Estado de São Paulo” e “O Dia”.

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