Governo anuncia R$140 milhões em obras para mitigar seca no Norte
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou na ultima quarta (4) medidas para mitigar a seca que atingiu o Amazonas e que colocou 55 municípios em estado de emergência. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin lidera uma comitiva de ministros que visitaram Manaus nesta quarta.
As principais medidas são duas obras de dragagem, uma no Rio Solimões e outra no Rio Madeira, para recuperar a capacidade de navegação de ambos.
No Solimões, a dragagem terá oito quilômetros de extensão, com duração de 30 dias e custo de R$ 38 milhões. Já os 12km de dragagem do rio Madeira terão duração de 45 dias e custo de R$ 100 milhões.
Como os rios são o principal meio de transporte no estado, já faltam alimentos, água potável e outros itens básicos. A produção da Zona Franca de Manaus está comprometida. A intenção do governo federal é recuperar o nível dos rio Solimões, rio Negro e Rio Madeira.
O governo também estuda liberar o seguro-defeso aos pescadores pelo período em que foram prejudicados. O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima anunciou o envio de 191 brigadistas para reforçar a equipe local que trabalha no controle de incêndios.
O Ministério de Minas e Energia disse que uma ação preventiva realizada meses atrás permitiu a estocagem de óleo diesel na região, o que garantirá, pelos próximos 30 dias, o sistema de abastecimento de 169 setores isolados no Amazonas.
O início da temporada de seca, que dura de outubro a janeiro ou fevereiro, atingiu o Norte do país com excepcional intensidade. Em Rondônia, a usina Santo Antônio interrompeu temporariamente a geração de energia devido à baixa vazão do rio Madeira, que chegou a 1,43 metros, menor nível já registrado na história
Além do Amazonas, também sofrem com a estiagem Rondônia e Acre. Cerca de 500 mil pessoas na região foram afetadas. A viagem ocorreu a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia.
A estiagem ocorre em meio ao aquecimento do oceano pacífico equatorial, fenômeno conhecido como El Niño. Esse fenômeno altera os padrões de ventos, umidade, temperatura e chuvas, em particular em regiões tropicais. No Brasil, se traduz em menos chuvas e aumento das temperaturas em parte das regiões Norte e Nordeste.
Além do El Niño, o aquecimento das águas do Atlântico Norte, outro fenômeno potencializado pelas mudanças climáticas, também colabora para a seca da bacia fluvial amazônica.
