George Santos admite ter sido um ‘terrível mentiroso’
O brasileiro George Santos admitiu ter sido um “grande mentiroso” após uma série de acusações contra ele terem sido reveladas desde que foi eleito para o congresso americano. Em entrevista ao jornalista Piers Morgan, o parlamentar confirmou ter mentido sobre formação acadêmica, locais em que trabalhou e até sobre a própria mãe.
— Tenho sido um péssimo mentiroso nesses assuntos — admitiu Santos. — O que tentei transmitir ao povo americano é que cometi erros ao permitir as pressões do que pensei e precisava ser feito […]. Não se tratava de enganar ninguém.
Santos, porém, reafirmou que não mentiu sobre a presença da mãe na Torre Sul do World Trade Center em 11 de setembro, quando terroristas sequestraram jatos de passageiros e os colidiram contra as torres gêmeas. O jornal New York Times, no entanto, já publicou registros mostrando que Fatima Devolder não estava na cidade naquele dia.
— Não se tratava de enganar as pessoas, tratava-se de ser aceito pelo partido aqui localmente. […] Nunca afirmei ser judeu. Eu sempre fiz uma piada de festa. Já fiz isso em palcos de todo o país — disse Santos, que foi retrucado por Morgan: “O que há de engraçado em alegar falsamente que você é judeu?”
— Não estou afirmando falsamente que sou judeu. Eu sempre diria que sou católico, mas venho de uma família judia, então isso me torna judeu — respondeu Santos.
Criticado
O brasileiro foi eleito para representar partes do bairro de Queens, em Nova York, e da vizinha Long Island, em novembro do ano passado. No entanto, desde então, mentiras sobre a vida pessoal e profissional dele foram reveladas. O político, filho de brasileiros, também enfrenta investigações ligadas a violações éticas e possíveis crimes.
Mitt Romney, um dos principais políticos do Partido Republicano, criticou George Santos no momento em que eles se encontraram pela primeira vez no congresso americano.
— Você não pertence a este lugar — disse Romney ao encontrar Santos, segundo a agência Associated Press. — Ele não deveria estar no Congresso, e eles vão fazer o processo e, com sorte, tirá-lo. Mas ele não deveria estar lá, e se ele tivesse alguma vergonha, ele não estaria lá — contou o parlamentar a repórteres na ocasião.