Bolsonaro gastou R$ 55 mil em padaria um dia após casamento de Eduardo
A viagem de Bolsonaro ao Rio foi entre 25 e 26 de maio de 2019 e teve uma única nota fiscal emitida para o estabelecimento em Copacabana. Na mesma viagem, a comitiva gastou R$ 42.925 em dois hotéis: um em Copacabana e o outro na orla da Barra da Tijuca
Os valores foram gastos no cartão corporativo da Presidência da República, que incluem despesas com o presidente e sua equipe, incluindo seguranças. Sob sigilo durante o governo Bolsonaro, os gastos foram divulgados pelo governo Lula em resposta a pedido de LAI (Lei de Acesso à Informação) da agência Fiquem Sabendo.
O que Jair Bolsonaro fez na viagem ao Rio
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se casou com a psicóloga Heloísa Wolf no dia 25 de maio de 2019 no bairro de Santa Teresa, na região central do Rio.
A festa em um buffet de luxo, com vista para o Pão de Açúcar, reuniu 150 convidados;
Na época, foi revelado que a família Bolsonaro levou familiares à cerimônia no helicóptero da Presidência. O governo alegou “razões de segurança”;
No dia seguinte, um domingo, Bolsonaro esteve presente com a ex-primeira-dama Michelle em um culto da igreja do pastor Silas Malafaia. No mesmo dia, apoiadores do ex-presidente fizeram um ato em Copacabana, mas ele não compareceu.
Ao todo, Bolsonaro gastou R$ 362 mil na padaria Com estilo “gourmet”, a padaria Santa Marta compõe uma rede de estabelecimentos no Rio e serve hambúrgueres, sopas, pizzas e bebidas alcoólicas, além do habitual.
No total, Bolsonaro gastou R$ 361.998,80 na mesma padaria durante o mandato. Além dos R$ 55 mil gastos na viagem para o casamento do filho, há outras 19 despesas na mesma padaria, mas o maior deles foi na ocasião do matrimônio do deputado.
A comitiva presidencial também gastou R$ 33.168 em 22 de maio de 2021, um dia antes de motociata que Bolsonaro fez da Barra da Tijuca ao Aterro do Flamengo. O detalhamento do que foi consumido em cada uma das compras ainda é sigiloso no Portal da Transparência do governo federal.
O detalhamento do que foi consumido em cada uma das compras ainda é sigiloso no Portal da Transparência do governo federal. Desde 2003, o único gasto do cartão corporativo presidencial na padaria Santa Marta foi no governo Temer, em 6 de setembro de 2016, numa soma de R$ 909,70. Procurada, a padaria disse ao UOL se tratar de “uma empresa estabelecida desde 1952, sendo referência pela excelência dos seus produtos e atendimento na cidade do Rio de Janeiro”. A reportagem não conseguiu contato com o ex-presidente, que deixou o Brasil no final do ano e se encontra na Flórida..