Ao ‘chefe’ Abelha, Professor debocha de relatório que o excluiu da cúpula do tráfico: ‘Não tô na sua colmeia’
O traficante Phillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, debochou após a divulgação de um relatório do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro em que ele não figurava como um dos “cabeças” da quadrilha ligada a Wilton Carlos Rabello Quintanilha.
Conhecido como Abelha, era era o principal chefe do CV em liberdade à época da troca de mensagens, em abril de 2022.
De acordo com a Polícia Federal, Professor é o grande fornecedor de armas e drogas da facção Comando Vermelho – o matuto, segundo gíria do crime.
O bandido foi um dos investigados na operação Dakovo, que apurou o tráfico de armas para o Brasil. Para manter o negócio é comum o pagamento de propina a policiais militares.
Tanto Abelha como Professor são considerados foragidos da Justiça. As conversas entre eles foram interceptadas pelo Grupo de Investigações Sensíveis na Bahia da Polícia Federal.
A troca de mensagens entre os dois traficantes do CV acontece após o Professor concluir a reforma da sua casa na favela, em 25 de março de 2022.
No local, o criminoso instalou uma piscina, uma hidromassagem, além de equipamentos cirúrgicos que possibilitaram a ele realizar implante de cabelo, lipoaspiração e até retirar estilhaços de munição da cabeça.
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Em 14 de abril de 2022, Abelha envia para o comparsa a página do relatório do MP. Professor ri e comemora:
“Vou viajar já que vou ficar esquecido. Kkkk”.
No primeiro dia de maio de 2022, Abelha repassa a Professor uma página do jornal Extra, em que o organograma é reproduzido. Novamente, o criminoso fica de fora:
“Aí, eu não tô na sua colmeia (…) Sumi agora. Tudo na sua conta… Importante nós tá (SIC) vivo e em liberdade”, escreve Professor.
No organograma feito pelo MP, Abelha aparece como chefe da facção Comando Vermelho e “dono” dos morros do Alemão e da Penha. Abaixo dele, está Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso. Doca está ao lado de Luciano Martiniano, o Pezão.
Abaixo deles, o traficante conhecido como Pedro Bala, gerente do tráfico na Penha seguido de três subgerentes identificados como Fiel, Dulume e Botafogo. E dois vapores completam o organograma: Tiná e Felipe “Safadinho”.
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Professor envia para a Abelha que está de fora de mandados de busca e apreensão deferidos pela Justiça e que abrange apenas o grupo do organograma:
“Importante nós tá (SIC) vivo e em liberdade”, afirma Professor.
Procurado, o Ministério Público estadual do Rio de Janeiro (MPRJ) não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
Abelha envia vídeo a Professor
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Com uma pistola na cintura, Professor vai a um baile no interior do Complexo do Alemão. A presença de um dos maiores traficantes de armas do Comando Vermelho no local não passa despercebido pela facção.
Um vídeo é feito por integrantes do grupo e Abelha, um dos chefes mais influentes do grupo criminoso, em liberdade envia as imagens para Professor:
“Mano, tu acaba com minha vida. Vi vcs filmando. kkkk. Coe Mn (mano). Aí não”, reage Professor às imagens.
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Abelha é procurado desde julho de 2021 quando deixou o presídio Vicente Piragibe, na Zona Oeste do Rio, pela porta da frente.
No caminho até a saída do complexo penitenciário, Abelha apertou a mão do então secretário de Penitenciário, Raphael Montenegro.
Já o traficante Professor está foragido desde 2018. Ele foi preso pela Polícia Federal em março de 2015 numa das poucas vezes em que deixou o Complexo do Alemão. Em 23 de setembro de 2018, recebeu um benefício da Justiça para visitar a família e não retornou mais.
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