PF prende em flagrante 24 pessoas por compra de voto em Nilópolis; grupo tinha R$ 63 mil em espécie
A Polícia Federal (PF) prendeu na noite deste sábado (5) pelo menos 24 pessoas por crimes eleitorais em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Entre os presos, há 3 PMs. Os presos atuavam na eleição municipal como cabos eleitorais.
Com eles, os agentes apreenderam R$ 63 mil em espécie, que seriam usados para a compra de votos.
O g1 apurou que o grupo estava a serviço de Abraão David Neto, o Abraãozinho (PL), que tenta a reeleição. Até a última atualização desta reportagem, o candidato ainda não tinha se manifestado.
“A ação dos policiais federais ocorreu em um imóvel utilizado pelo candidato para efetivar a compra dos votos. Após vigilância na frente do local, policiais federais avistaram aproximadamente 15 pessoas saindo do imóvel e efetivaram a abordagem, logrando êxito em localizar na posse dos abordados dinheiro em espécie e relação com nome de eleitores”, detalhou a PF.
Durante a busca realizada no local, os policiais também apreenderam um carro adesivado com propaganda do candidato e uma pistola com 2 carregadores.
Os presos foram encaminhados à Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro para lavratura do auto de prisão em flagrante. Eles responderão pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro.
Detidos em Belford Roxo
O secretário municipal de Ordem Pública e Postura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o policial militar Marcelo de Barros Dias, foi conduzido para uma delegacia na manhã deste domingo (6), junto com outros 2 PMs, quando espalhavam por ruas da cidade material de campanha falso contra o candidato Marcelo Canella (União Brasil) e o governador Cláudio Castro (PL).
O g1 apurou que 2 viaturas do 39º BPM (Belford Roxo), quando estavam voltando para o batalhão pela Avenida Joaquim da Costa Lima, “se depararam com cerca de vários elementos em 4 veículos, alguns encapuzados, e com vasto material de campanha eleitoral”.
Ainda de acordo com a ocorrência prévia da PM, entre os homens detidos, “havia 3 policiais militares armados”. São eles: o 2º sargento Marcelo de Barros Dias, o 3º sargento Fábio de Barros Dias, irmão do secretário, e o cabo Moisés Alves Inácio.
Segundo testemunhas, no momento da abordagem, o bando lançava o material falso pela rua.
Em um dos carros em que eles estavam, a placa estava tampada com um adesivo do candidato a prefeito de Belford Roxo, Matheus Carneiro (Republicanos), que é sobrinho do atual prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho.
Canella — que é vice-prefeito de Belford Roxo — é o principal rival de Matheus do Waguinho na disputa pelo cargo na cidade.
Waguinho e Canella se tornaram desafetos no pleito de 2022. À época, o atual prefeito abraçou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Canella se manteve ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de Canella e Matheus do Waguinho, concorrem ao cargo em Belford Roxo: Marquinho da Farmácia (MDB); Assis Freitas (PSB); e Vinícius Cranio (PSOL).
O que diz a prefeitura
“A Prefeitura de Belford Roxo informa que o secretário Marcelo Dias não transportava nenhum material contendo fake news. A polícia parou um carro que estava à frente do secretário, que foi levado também à delegacia para prestar esclarecimentos.
Como não transportava nenhum material de fake news, os advogados do secretário estão pedindo o desmembramento do caso, provando assim a inocência de Marcelo Dias.”