Petrobras elege Mário Spinelli para diretoria anticorrupção

O conselho de administração da Petrobras elegeu nesta quarta-feira (26) Mário Spinelli para ocupar a diretoria de Governança e Conformidade da estatal. Spinelli era um dos nomes da lista tríplice apresentada pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates.

A diretoria era alvo de disputa entre a gestão petista da companhia e integrantes do conselho de administração, ainda composto por executivos nomeados durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Na terça (25), o comitê interno que avalia currículos para a alta administração da companhia decidiu recomendar a recondução de Salvador Dahan, que ocupa o posto desde 2021, mesmo que seu nome não constasse da lista de candidatos.

O comitê é formado por três conselheiros indicados pela União, um representante dos acionistas minoritários e um membro externo. Todos eles foram nomeados ainda na gestão Bolsonaro.

A diretoria de Governança e Conformidade é responsável, segundo a estatal, por “assegurar a conformidade processual e mitigar riscos nas atividades da companhia, dentre eles, os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, normas, padrões e regulamentos”.

 

Foi criada em 2014, um dia depois da divulgação de investigação pela SEC (reguladora do mercado de capitais dos Estados Unidos) relativa à descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Spinelli já trabalhou na Petrobras como chefe da Ouvidoria Geral entre 2016 e 2021. Atuou também na CGU (Controladoria Geral da União) e nas controladorias gerais de Minas Gerais e do município de São Paulo. Atualmente, é diretor de Compliance Regulatório na ICTS Protiviti.

A eleição do executivo responsável pela área Governança conclui a renovação da diretoria da companhia após a posse de Prates, que já havia nomeado outros sete executivos.

A empresa, porém, fará uma reorganização organizacional e criará mais uma diretoria, de Transição Energética e Energias Renováveis, que será ocupada por Maurício Tolmasquim

A renovação do conselho será feita em assembleia de acionistas nesta quinta (27), com eleição para 8 das 11 vagas —as outras três são ocupadas por representantes dos minoritários e dos trabalhadores da companhia.

O governo vem enfrentando uma série de obstáculos nesse processo, com a rejeição de indicados tanto pelo comitê interno quanto pelo conselho de administração por possibilidade de conflito de interesses ou vedações impostas na Lei das Estatais.

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