Ministério da Saúde lança campanha de carnaval com foco na prevenção às infecções sexualmente transmissíveis

Para conscientizar a população sobre a importância do uso da camisinha para prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o Ministério da Saúde lança, nesta terça-feira (6), a campanha nacional do carnaval 2024.  Com o slogan ‘Carnaval, respeito e proteção #TemQueTer’, a campanha será veiculada na TV aberta, no rádio e em locais de grande circulação de pessoas em todo o Brasil. A estratégia inclui peças de comunicação que trazem os ritmos e a cultura de cada região do país, além de conteúdos específicos para os momentos antes, durante e depois das festas.

Outra importante forma de prevenir contra as IST, como o HIV, por exemplo, é fazendo uso da PrEP, método que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Entre os avanços conquistados em 2023 pelo Ministério da Saúde, está a disponibilização da profilaxia nos ambulatórios que acompanham a saúde de pessoas trans. Em todos os estados há serviços de saúde ofertando a PrEP.

Ainda no ano passado, a pasta investiu R$ 27 milhões na aquisição de testes rápidos que detectam sífilis e HIV em um mesmo dispositivo. A inclusão do teste inédito no Sistema Único de Saúde (SUS) fortalece o rastreio e tratamento mais ágil para a população. Inicialmente, o duo teste será direcionado para o rastreio em mulheres grávidas, trabalhadoras do sexo e homens que fazem sexo com homens. As demais pessoas serão testadas com a tecnologia que já é ofertada atualmente.

Entre as vantagens do novo teste, estão a simplificação do processo de execução, que exige apenas um reagente, e a redução do espaço necessário para armazenamento nos postos de atendimento. Assim como o rastreio que já é feito, a leitura de resultado do duo teste será de até 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial.

Outro importante anúncio do governo federal em 2023 foi a diminuição da quantidade de comprimidos ingeridos diariamente para as pessoas que vivem com o vírus do HIV. O medicamento, agora único, combina dois antirretrovirais, ambos fornecidos pelo SUS: lamivudina e dolutegravir. O remédio facilita a vida do usuário, evita efeitos colaterais e mantém a carga viral controlada. Em janeiro de 2024, o Ministério da Saúde distribuiu 5,6 milhões de unidades do medicamento para estados e municípios.

O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS) também integra as novidades anunciadas durante 2023. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo é inédito e vai funcionar até janeiro de 2030. Dados da pasta apontam que, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. O plano de trabalho inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades. A meta é que a maioria das doenças sejam eliminadas como problema de saúde pública. Para o HIV e a aids, o objetivo é atingir as metas operacionais de eliminação pactuadas internacionalmente, incluindo a eliminação da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, quando a infecção é passada de mãe para filho.

Para o carnaval 2024, o foco da campanha é lembrar aos foliões que a proteção é uma peça fundamental para a festa, lado a lado com o respeito, a diversidade e a inclusão.

Mais sobre as IST e a assistência no SUS

Ouso da camisinha externa ou interna, em todas as relações sexuais, é o método mais eficaz para proteção contra o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. O Ministério da Saúde reforça que camisinhas podem ser retiradas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde. As IST são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e transmitidas, principalmente, por meio de contato sexual com uma pessoa que esteja infectada. Atendimento, diagnóstico e tratamento estão disponíveis no SUS de forma gratuita.

Existem diversos tipos de IST. As mais conhecidas são:

– HIV;

– Sífilis;

– Herpes genital;

– HPV;

– Gonorreia;

– Infecção por clamídia;

– Hepatites B e C;

– Infecção pelo HTLV; e

– Tricomoníase.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis aparecem, principalmente, no órgão genital, mas também podem surgir em outras partes do corpo, como palma das mãos, olhos ou língua. Elas podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. Ao perceber qualquer sinal ou sintoma, deve-se procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. É importante que não haja automedicação e que o tratamento seja prescrito por um profissional de saúde habilitado.

O Ministério da Saúde ressalta, ainda, a importância da realização de testes para diagnóstico precoce, principalmente se houver relação sexual desprotegida, pois algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas. Caso apresente exposição sexual com risco de infecção, o usuário deve se informar sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas. Se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, algumas infecções podem levar a graves complicações. Também é de extrema relevância que as parcerias sexuais sejam alertadas sempre que uma IST for diagnosticada, para que também realizem o tratamento.

A camisinha também é um importante método contraceptivo para quem quer evitar a gravidez. Além do preservativo, o SUS oferta de maneira gratuita outros métodos que ajudam com os cuidados relacionados aos direitos sexuais e reprodutivos, como anticoncepcional injetável mensal, anticoncepcional injetável trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma, pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte) e o Dispositivo Intrauterino (DIU).

Você sabia?

O termo ‘Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)’ passou a ser adotado em substituição à expressão ‘Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)’, porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. Além disso, se tratadas precocemente, várias infecções não se tornam doenças.

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