Lula: economia, emprego e salário vão continuar crescendo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu, nesta terça-feira, 18 de junho, uma entrevista à rádio CBN, na qual destacou o progresso da economia brasileira, o compromisso fiscal e os investimentos do Governo Federal para aprimorar a infraestrutura do país e melhorar a vida da população.

 

Eu estou disposto a discutir o orçamento com a maior seriedade com Câmara, Senado, imprensa, empresários, banqueiros, mas para que a gente faça com que o povo mais humilde, o povo trabalhador, o povo que mais necessita do Estado não seja prejudicado, como em alguns momentos da história foi”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

“Eu aprendi com uma mulher analfabeta, que era minha mãe. Você não pode gastar o que você não tem, só pode gastar o que ganha. Se tiver que fazer uma dívida, tem que fazer para aumentar alguma coisa na sua vida. É assim que prezo a minha consciência política. Ou seja, temos que gastar corretamente aquilo que temos. É por isso que estamos fazendo um estudo muito sério sobre o orçamento”, declarou o presidente Lula.

O presidente frisou que está disposto a discutir o orçamento com parlamentares e setor empresarial, além de cortar gastos, se necessário, mas sem prejudicar a população mais humilde, que mais necessita do apoio do Estado. Ele lembrou o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, acima do que estimava o mercado, e o lançamento do Novo PAC, que prevê R$ 1,7 trilhão de investimento público e privado em infraestrutura.

Por esses motivos, demonstrou confiança de que a economia brasileira seguirá em expansão. “Não tenha dúvida de que, quando eu terminar o mandato, o Brasil vai estar muito bem — como esteve em 2010. A economia vai continuar crescendo, o emprego vai continuar crescendo, o salário vai continuar crescendo, a inflação vai estar controlada”.

 

Confira alguns dos principais trechos da entrevista do presidente à CBN:

ORÇAMENTO — De vez em quando as pessoas jogam a responsabilidade dos gastos nas políticas sociais que você está implantando, que é para resolver a melhoria da qualidade de vida do povo. O que me deixa preocupado é que as mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que têm R$ 546 bilhões de isenção, desoneração de folha de pagamentos, isenção fiscal. Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país e se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre. Por isso que eu disse: não me venham querer que se faça qualquer ajuste em cima das pessoas mais humildes. Eu estou disposto a discutir o orçamento com a maior seriedade com Câmara, Senado, imprensa, empresários, banqueiros, mas para que a gente faça com que o povo mais humilde, o povo trabalhador, o povo que mais necessita do Estado não seja prejudicado, como em alguns momentos da história foi.

 

COMPROMISSO FISCAL — Não gosto de gastar aquilo que não tenho. Aprendi com uma mulher analfabeta, que era minha mãe. Você não pode gastar o que não tem, só pode gastar o que você ganha. Se tiver que fazer uma dívida, tem que fazer para aumentar alguma coisa na sua vida. É assim que prezo a minha consciência política. Ou seja, temos que gastar corretamente aquilo que temos. É por isso que estamos fazendo um estudo sério sobre o orçamento. Se tiver alguém recebendo o que não deve, vai parar de receber. Se tem alguém colocando dinheiro em lugar que não deva, vai parar.

 

CRESCIMENTO — Você tem um país que está com a economia crescendo acima daquilo que o mercado imaginou. Tem um país gerando mais empregos. Em 17 meses foram 2,4 milhões de empregos formais. Você teve a massa salarial crescendo 11,5%. Tem a situação muito boa do ponto de vista econômico, se comparar o Brasil que pegamos quando chegamos. Está tendo mais investimento, tem o PAC, são R$ 1,7 trilhão de investimento. O PAC está todo lançado, em andamento, e é por isso que eu digo que, este ano, é o ano da colheita. Não tenha dúvidas de que o Brasil vai terminar muito bem. Quando eu terminar o mandato, o Brasil vai estar muito bem — como esteve em 2010. A economia vai continuar crescendo, o emprego vai continuar crescendo, o salário vai continuar crescendo, a inflação vai estar controlada. Quase crescemos 3%, foram 2,9% (crescimento do PIB do Brasil em 2023). Agora, vamos crescer outra vez. Vamos crescer porque nós estamos fazendo com que a economia cresça. Criamos um programa de Nova Indústria Brasil para fazer investimento em indústria. Estamos tentando fazer investimento na bioeconomia. Estamos tentando trabalhar a transição energética com uma força extraordinária. Nunca um país teve tanta possibilidade no setor energético como agora. E não vamos jogar fora as oportunidades.

JUROS — Todos os bancos que recebo demonstram que não há país com mais otimismo do que o Brasil. Somos o segundo país em receber investimento externo. Ora, então, nós temos uma situação que não necessita essa taxa de juros. O Brasil não pode continuar com a taxa de juros proibitiva de investimentos no setor produtivo. Como é que você vai convencer um empresário a fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa absurda. Então, é preciso baixar a taxa de juros, compatível com a inflação. A inflação está totalmente controlada.

 

GESTÃO — Quando peguei o governo em 2003, peguei um governo com sinal de crise econômica, mas era um governo que tinha passado por um momento de crescimento, depois um momento de queda e um processo de recuperação. Levamos um tempo, colocamos a casa em ordem e conseguimos fazer o país crescer. Agora pegamos um país semidestruído. Todas as políticas públicas tivemos que reconstruir. Nós até hoje temos ministérios que têm 30% dos funcionários que tinha em 2010, quando deixei a Presidência. Não é possível pensar em reconstruir o Brasil, cuidar do meio ambiente, da Amazônia, do Pantanal, dos Pampas, do Cerrado, da Caatinga, do pobre, da educação assim, com o governo desmontado. Então passamos um tempo montando o governo. Eu encontrei o governo dessa vez muito pior. E vou deixá-lo muito melhor.

 

POLÍTICAS PÚBLICAS — O meu compromisso é fazer com que o país volte a crescer de forma serena, madura e consistente. É que a massa salarial volte a crescer de forma consciente, madura e consistente. É que a gente recupere o salário mínimo a cada passo que a gente puder para que o salário mínimo melhore a qualidade de vida das pessoas. Se a gente conseguir fazer isso, o que vai acontecer? Todo mundo vai ganhar. O empresário vai ganhar porque o povo vai virar consumidor dos seus produtos. O trabalhador vai ganhar porque vai viver melhor. Eu já fiz, nesses 16 meses, mais política de inclusão social do que fiz durante os oito anos passados. Agora, o fato de ter lançado não significa que chegou na ponta. Ela vai chegar, mas leva um período. E nós estamos trabalhando nisso.

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