Justiça manda suspender início da reforma do Jardim de Alah
A Justiça do RJ determinou a suspensão da reforma do Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A decisão, desta segunda-feira (15), foi da 6ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital, que aceitou o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e fixou uma multa diária em caso de descumprimento.
A liminar parcial e provisória concedida pela Justiça do Rio de Janeiro manda que a Prefeitura do Rio, a Rio Mais Verde Empreendimentos S/A, a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR) e a Accioly Participações Ltda se abstenham de iniciar as obras até que haja nova avaliação do Juízo.
Uma primeira suspensão já havia sido concedida pela Justiça em dezembro do ano passado. A Duchamp Administrações de Centros Comerciais, que ficou em 2º lugar na disputa pela licitação, entrou com ação questionando o processo. Em janeiro deste ano, o STJ revogou a decisão.
A nova decisão determina que os réus compareçam à audiência especial marcada para o dia 25 de abril para que prestem esclarecimentos sobre a alteração do projeto, em uma das praças do Jardim de Alah, que prejudicaria a configuração do desenho original das obras de arte encontradas no local, com probabilidade de causar danos ao patrimônio histórico-cultural do local.
Uma nova avaliação do Juízo sobre o caso será decidida após a realização da audiência.
Disputa na Justiça
O caso vem sendo questionado na justiça desde agosto de 2023, quando o consórcio Rio Mais Verde venceu a licitação e o MPRJ alegou que a concessão contrariava a Lei Orgânica do Município, que proíbe concessões de praças e bens de uso comum.
O contrato foi assinado em novembro, e o consórcio poderia explorar comercialmente a área por 35 anos, com a instalação de lojas e quiosques. O MP também questiona o prazo. O documento aponta que a lei impõe um limite de 10 anos de concessão.
O projeto
O parque, com uma grande área verde, vai receber mais pontes – para pedestres – e instalações culturais e esportivas. O projeto de revitalização inclui a construção de um estacionamento subterrâneo.
Para maior integração do parque com o bairro, o Jardim de Alah não contará com grades. A área verde será mantida, assim como as construções tombadas, mas ganhará novas estruturas, aproveitando os diferentes níveis que já existem.
As obras no Jardim de Alah devem durar cerca de um ano, mas ainda não têm previsão de início.