Alerj: Deputadas denunciam ameaças e ofensas recebidas pela internet

As deputadas Giselle Monteiro (PL) e Renata Souza (PSol) denunciaram, durante a sessão plenária desta terça-feira (12/06), o recebimento de ameaças de morte e ofensas recebidas através de seus e-mails institucionais vinculados à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A deputada Tia Ju (REP), 2ª vice-presidente do Parlamento Fluminense, que presidia os trabalhos no plenário, afirmou que a Procuradoria da Alerj vai acompanhar a apuração das denúncias.

“Peço às deputadas que receberam as ameaças, por gentileza, procurarem imediatamente o setor da Segurança da Alerj e comunicar esses casos. A Procuradoria da Casa, pelo nosso Procurador, irá acompanhar todas as diligências e as investigações para chegar a esses indivíduos que estão fazendo as ameaças e aos mandantes. Todas as medidas e providências serão tomadas”, declarou Tia Ju.

A deputada Renata Souza (PSol) foi a primeira a fazer o uso da palavra durante a sessão desta tarde. Ela contou que recebeu, nos seus e-mails institucionais e pessoais, ameaças de morte e xingamentos racistas e misóginos. “Já conversei com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (União), indicando a questão da segurança, seja a minha segurança pessoal, seja a segurança dentro da própria Assembleia Legislativa, porque, se atinge a mim, eu não tenho dúvida, atinge toda a democracia e atinge a todos os deputados e deputadas, em especial, aqueles que defendem os direitos humanos”, declarou.

O conteúdo do e-mail é similar ao recebido pela deputada Giselle Monteiro (PL), que leu em plenário as mensagens recebidas, que incluíam seus dados pessoais e de seus familiares. “Tem meus endereços, telefones, dados bancários meus, do meu pai, e de toda a minha família, inclusive dados da minha filha e da minha avó”, desabafou.

Parlamento cobra respostas

Após os relatos, parlamentares de diferentes correntes ideológicas se manifestaram a favor das colegas deputadas. Verônica Lima (PT) pontuou a necessidade de reconhecer a existência da violência política de gênero e aperfeiçoar as políticas públicas de proteção às mulheres. “O contraponto, a divergência política, o debate, quando é contra as mulheres, ele passa do plano ideológico. Aqui, estamos falando de uma deputada de esquerda e uma deputada de direita e ambas sendo atacadas, porque são mulheres exercendo a política e o poder no Estado do Rio de Janeiro”, criticou.

Já a deputada Dani Balbi (PCdoB) destacou a importância de a Assembleia Legislativa fortalecer a apuração do caso. “Se este Parlamento não der uma resposta altiva, à altura da força que as mulheres que o representam merecem e exigem, nós todas, especialmente as mulheres, estarão sujeitas cada vez mais a passar por essas situações. É importantíssimo que a Alerj, a Mesa Diretora e o conjunto dos 70 deputados não só se solidarizem de pronto, mas também fortaleçam o encaminhamento de apuração rigorosa e o fortalecimento daquilo que, independentemente do espectro ideológico, estamos denunciando há tempos”, disse.

Um dos decanos da Assembleia Legislativa, o deputado Carlos Minc (PSB) destacou a importância de se punir os responsáveis. “Vejam que a misoginia, essa agressão, esse absurdo, não tem escolhido lado político. Tem escolhido o lado de serem mulheres, representantes do povo, eleitas pelo povo legitimamente”, declarou.

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