8 de setembro de 2024

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Ronnie Lessa pede para depor sem a presença dos irmãos Brazão

Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial Ronnie Lessa depõe na tarde desta terça-feira (27), em audiência virtual no Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa seria a primeira vez que Lessa prestaria depoimento diante da presença, mesmo virtual, dos réus do processo no STF:

  • Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE)
  • Chiquinho Brazão, deputado federal
  • Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do RJ
  • Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM do RJ
  • Robson Calixto Fonseca, o Peixe, PM e assessor de Brazão no TCE

 

Logo antes de começar a depor, o advogado de Lessa, Saulo Carvalho solicitou que todos outros réus deixassem a videoconferência e não assistissem o depoimento. Apenas os advogados do réus.

O juiz Airton Vieira, auxiliar do STF e que preside a audiência, acatou o pedido da defesa de Lessa e considerou que a presença dos acusados “causaria constrangimento e poderia influenciar no depoimento de Ronnie Lessa”.

Todos estão presos. Domingos, Chiquinho, Rivaldo e Peixe por envolvimento na morte de Marielle. O major Ronald já estava preso por envolvimento com a milícia de Rio das Pedras. Os irmãos Brazão e Rivaldo estão presos desde 24 de março.

A expectativa do depoimento é que Ronnie Lessa reafirme pontos da sua delação premiada. Ele só responderá a perguntas. O primeiro a questioná-lo será o representante da Procuradoria Geral da República (PGR), na audiência, o promotor Olavo Pezzotti.

Depois dele, será aberto a questionamentos das assistentes de acusação das famílias de Marielle e de Anderson Gomes.

Ronnie Lessa é assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no crime ocorrido em 14 de março de 2018.

Em acordo de colaboração premiada, homologado pelo STF, Lessa apontou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão como mandantes do crime. Segundo Ronnie Lessa, em sua delação, Rivaldo Barbosa sabia da execução da vereadora, o que garantiria impunidade na investigação.

Ronnie Lessa foi preso em março de 2019, um ano após o crime, pelo Ministério Público estadual do Rio e pela Polícia Civil. Desde então, está em um presídio federal. Por quatro anos se manteve em silêncio e negando a participação no crime.

Em 2023, após a entrada da Polícia Federal no caso, o motorista do Cobalt, o ex-policial Élcio de Queiroz fez uma colaboração premiada em que confessou a participação da dupla no crime.

Depois, a mulher de Lessa, Elaine contou que na noite em que Marielle foi morta, Ronnie Lessa permaneceu toda a madrugada fora. Até então, Ronnie Lessa dizia que havia passado aquela noite de 14 de março em casa. O seu aparelho celular permaneceu toda aquela noite desligado.

Outro ponto foi o acesso de Lessa a um site de pesquisas particular que atua oferecendo consulta a dados cadastrais da Serasa Experian, serviço criado para auxiliar comerciantes e financeiras na validação de dados de clientes. No site, Lessa fez pesquisas sobre Marielle e sobre sua filha, Luyara.

Após o depoimento de Lessa será a vez do outro réu colaborador, Élcio de Queiroz, motorista do Cobalt.

Após essa rodada, as defesas dos réus selecionarão testemunhas ou pedirão diligências ao STF.

Nesta segunda-feira (26), o policial militar Robson Calixto Fonseca, o Peixe, foi internado no Hospital da Polícia Militar. Ele tem uma úlcera que está gerando feridas na perna direita. A internação é por tempo indeterminado.

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