23 de maio de 2025

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Motorista de van escolar é denunciado por assediar crianças sexualmente no Méier

Um motorista de transporte escolar que atendia, pelo menos, três escolas particulares no Méier, Zona Norte, é alvo de denúncias de responsáveis por, supostamente, obrigar crianças entre 8 e 11 anos a assistir vídeos e fotos pornográficas. Os alunos, a maioria meninas, relatam que o homem os incentivava a trocar beijos e carícias entre eles durante o trajeto.

De acordo com os depoimentos das crianças, ouvidas na última segunda-feira (5) na 26ª DP (Todos os Santos), o motorista teria cometido os atos dentro da van escolar. Também na segunda-feira, os policiais apreenderam o celular do motorista.

Em depoimento, uma menina de 10 anos disse aos investigadores que o motorista a questionou sobre beijar na boca e, diante da negativa, teria dito: “Você não sabe o que está perdendo. Na curva você senta no meu colo ou no colo do seu amiguinho”. Outra criança relatou ter sido convidada para ir à casa dele beber água gelada, mas recusou. Além disso, as meninas afirmam que eram forçadas a assistir vídeos pornográficos no celular do motorista.

A mãe de uma das alunas afirmou ao DIA que soube dos abusos na quinta-feira (1º) por meio da mãe de uma colega. “A mãe dessa criança me ligou. A menina contou que a minha filha havia dito que o Marcelo a obrigou a assistir vídeos pornográficos no celular dela. Minha filha começou a chorar quando eu fui conversar com ela. Ela dizia que tinha medo de eu brigar, dizia que beijou na boca da amiguinha porque o ‘tio’ mandou e que, se alguém soubesse, iam brigar com ela”, desabafou a mãe.

Outra mãe, que encerrou o contrato com o motorista assim que soube das denúncias, na sexta-feira (2), disse não ter suspeitado dos “presentes” que ele dava à filha. “Um dia ele comprou sorvete, no outro comprou donuts. Eu não maldei inicialmente, mas esse é um comportamento de pedófilo que tenta criar intimidade e ganhar a confiança da criança”, alertou.

Pais e responsáveis das escolas particulares criaram um grupo para trocar informações e reforçar as denúncias. Eles não descartam o surgimento de novas acusações. Na noite de segunda (5), após o registro do boletim de ocorrência, mais uma menina, do 9º ano, relatou que foi assediada.

Confusão na frente da escola

Pais dos alunos envolvidos na história estiveram na manhã de segunda na porta da escola. Ao ver o acusado, o pai de uma das meninas o segurou e chamou a polícia. Agentes do Méier Presente foram ao local e conduziram os responsáveis e o motorista à delegacia. Aos pais presentes, o motorista alegou que seu aparelho havia sido clonado e que os vídeos pornográficos teriam sido armazenados por terceiros.

Ele foi liberado, mas teve o celular retido, e aguardará as investigações em liberdade, o que revoltou os pais. “Ele deveria ter a prisão preventiva decretada, no mínimo. Todos os relatos dessas crianças são idênticos. Não há dúvidas em relação ao que acontecia dentro daquela van”, indignou-se uma responsável.

A reportagem de O DIA tentou contato com o suspeito, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), responsável pela fiscalização de vans escolares, informou que a partir das denúncias pode ser aberto um procedimento disciplinar para apurar os fatos.

“A SMTR informa que não tem a prerrogativa de ‘investigação criminal’, porém, a partir das denúncias de má conduta ou prática de crimes, um procedimento disciplinar é iniciado na secretaria, que analisa os fatos e avalia se a conduta denunciada viola as normas da prestação do serviço. A partir daí, inicia-se um processo administrativo para a convocação do permissionário para que preste esclarecimentos, podendo culminar na cassação da permissão para o exercício da função”, informou a pasta, em nota.

Já a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) afirmou que o Conselho Tutelar não foi acionado pela polícia e nem por nenhuma das famílias das crianças sobre o caso.
A identidade de todos os envolvidos na reportagem foi preservada para proteger as crianças.

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