Manto Tupinambá: apresentação no Museu Nacional é remarcada e será de 10 a 12 de setembro
A cerimônia de recepção e apresentação do Manto Tupinambá para o público, que aconteceria entre os dias 29 a 31 de agosto no Museu Nacional, em São Cristóvão, Centro do Rio de Janeiro, foi foi remacarda para os dias 10, 11 e 12 de setembro.
O evento seria no fim de agosto, mas precisou ser adiado. A nova data confirmada pelo o Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
Foi apurado que o povo indígena Tupinambá de Olivença, em Ilhéus, Bahia, encontra dificuldades de realizar o traslado de seus anciãos para recepcionar o manto – o que motivou o adiamento.
O Coletivo Tupinambá de Olivença, que reúne várias aldeias da região, organiza uma “vaquinha” nas redes sociais para angariar o valor necessário para fretar dois ônibus e trazer os integrantes das aldeias do Sul da Bahia ao museu.
A cacique Jamopoty, integrante do coletivo, afirma que embora tenham solicitado os coletivos ao Governo da Bahia no início de agosto, o pedido foi negado.
“Fizemos a cotação dos ônibus e o valor de cada ficou em R$ 25 mil. Já arrecadamos para a alimentação, tudo através da doação de quem se identifica com a causa. Já conseguimos um microônibus através de uma professora da Universidade Estadual de Santa Cruz, aqui em Ilhéus. Tenho fé que vamos conseguir”, diz.
Em nota, o MPI diz que garante apoio ao Povo Tupinambá e realizou diversas articulações para assegurar a hospedagem e alimentação de todos os indígenas que estarão no Rio.
Em relação ao transporte, o Conselho Tupinambá de Olivença informou que já conseguiu parceiros que disponibilizaram ônibus para o deslocamento. Além disso, o MPI encaminhou um ofício ao Governo da Bahia, reforçando a solicitação do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas (MUPOIBA) para apoio adicional no transporte.
“Essa iniciativa demonstra o compromisso do MPI em garantir a participação plena e digna dos povos indígenas em eventos de relevância nacional”, diz a nota.
Item sagrado
Repatriado da Dinamarca, o Manto Tupinambá chegou ao Rio sob sigilo na primeira semana de julho. O item é considerado o mais conservado entre 11 exemplares que ainda existem. É também o primeiro a retornar ao Brasil. Todos os outros estão em museus na Europa.
O manto era um objeto sagrado e utilizado em alguns rituais por pajés, caciques e majés, que utilizavam mantos parecidos com o modelo que chegou ao Brasil recentemente.