Implantação de base descentralizada do SAMU na Muzema completa um ano salvando vidas

Capital do estado conta com 22 unidades avançadas que reduzem o tempo de espera no atendimento ao socorro
 

Desde dezembro, o carregador de material de construção, Luiz Gonzaga Patrocínio, de 62 anos, morador do Sítio do Pai João, no Corredor Itanhangá, Zona Oeste do Rio, sofre com dores na coluna – resultado de três vértebras quebradas, osteoporose e uma hérnia de disco. Há um mês, o idoso parou de andar e até de se sentar. Com muitas dores, ele recorre à base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) da Muzema, fruto do programa Cidade Integrada, para o socorro. Prestes a completar um ano de implantação pelo governo estadual, em 11 de abril de 2022, o Samu da Muzema já realizou 3.561 atendimentos até o último dia 31 de março, sendo 378 por motolâncias e 3.183 por ambulâncias (básica e avançada).

– Eles, os profissionais do Samu, são meus verdadeiros anjos da guarda. Se não fosse por eles,  já teria morrido – assegurou Patrocínio, enquanto recebia os cuidados de profissionais do SAMU.

O senhor, que morava em uma área de difícil acesso na comunidade, contava com a equipe do SAMU que ia até ele para aliviar as suas dores com injeções, além de ajudá-lo a ser transportado até um hospital. Atualmente, por intermédio do Cidade Integrada, o senhor vive em um quarto na parte baixa da comunidade.

– Antes do Samu chegar aqui, os moradores tinham que se virar com o atendimento do posto de saúde. Agora, melhorou muito. O atendimento é ótimo e ficou muito mais fácil para os moradores – constata o idoso.

O governador do Rio, Cláudio Castro, comemora os bons resultados nas instalações das 22 bases descentralizadas do Samu, como a instalada na Muzema. As novas bases fazem parte de um programa do Governo do Estado, que prevê a instalação de 40 unidades avançadas, com o objetivo de ampliar a capacidade de atuação do SAMU Capital e reduzir o tempo de resposta no atendimento.

– Estamos felizes por saber que esse serviço evoluiu bastante e está salvando vidas. Essas bases são muito importantes para a população, principalmente, nos territórios mais carentes – avalia o governador.

O técnico de enfermagem Rodrigo da Cunha, de 35 anos, que faz o atendimento na base avançada do SAMU da Muzema, tanto de ambulância como de motolância, destaca que o socorro prestado com as motos proporciona mais agilidade e praticidade em áreas de difícil acesso, como as vielas das comunidades.

– As motolâncias são adaptadas para emergências e diminuem o tempo e a resposta de atendimento à população – explica Cunha.
Nas motolâncias, as equipes atuam em duplas com um enfermeiro e um técnico de enfermagem. Já a ambulância avançada, que tem como equipe um médico, um enfermeiro e um condutor socorrista, está habilitada para intervenções com equipamentos em casos graves. No veículo básico, operado por um técnico de enfermagem e um condutor, são realizados procedimentos de menor risco, com vítimas estáveis.

– Nós damos 100% da gente no resgate. É recompensador o sentimento de troca e gratidão que recebemos dos pacientes. Esse sentimento não tem preço – aponta o enfermeiro Bruno Brochado, de 38 anos.

De acordo com o gerente de Enfermagem do Samu Capital, Ricardo Mangabeira, o tempo é primordial para salvar vidas durante o resgate.

– A descentralização das bases acaba reduzindo o tempo de atendimento e dando uma resposta mais célere, reduzindo assim o risco de mortalidade – explica Mangabeira.

Atendimento 24 horas


A base operacional descentralizada do Samu na Muzema realiza atendimento 24 horas. São atendidas as comunidades do Corredor Itanhangá, Cidade de Deus, Rio das Pedras, Gardênia Azul e outras localidades da região. Além das chamadas pela Central 192, que chegam até os profissionais por meio de um aplicativo, a unidade também faz atendimentos de Porta de Base (demanda espontânea).

Bases descentralizadas


O SAMU-RJ já implantou as seguintes bases desde abril de 2022: Muzema, São Cristóvão, UPA Bangu, UPA Campo Grande 1, UPA Campo Grande 2, UPA Ricardo de Albuquerque, UPA Irajá, UPA Marechal Hermes, Maré, UPA Jacarepaguá, Hospital Estadual Eduardo Rabelo, Alto da Boavista, UPA Botafogo, UPA Realengo, UPA Copacabana, UPA Tijuca, Lagoa, UPA Engenho Novo, UPA Santa Cruz, IEDS (Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária) e Ilha do Governador.

O SAMU da capital do estado, que é de responsabilidade do governo estadual, realizou em 2023, em média, 527 atendimentos por dia. O número total de atendimentos realizados pelo SAMU no período de 2019 a 31 de março, englobando o envio de ambulâncias e motos, é de 458.369.
Todos os eventos são regulados por 11 médicos que ficam 24 horas disponíveis na central de regulação. Atualmente, o Samu possui uma frota de 60 ambulâncias e 30 motolâncias.

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