Ícone do fotojornalismo, Evandro Teixeira morre aos 88 anos

O lendário fotojornalista Evandro Teixeira morreu, aos 88 anos, na tarde desta segunda-feira (4). Lutando contra complicações decorrentes de uma pneumonia, o fotógrafo estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, desde o dia 8 de outubro. Familiares e amigos de profissão chegaram a organizar uma campanha para incentivar uma doação de sangue ao veterano.

Em nota, o hospital lamentou a morte de Evandro e se solidarizou com a família. A unidade ainda relatou que o paciente sofreu uma falência múltipla dos órgãos por conta da pneumonia. Por meio das redes sociais, Carina e Adryana, filhas de Evandro, publicaram uma homenagem ao pai.

Evandro Teixeira é considerado um dos maiores fotojornalistas de todos os tempos. Nascido em 25 de dezembro de 1935, em Irajuba, na Bahia, começou sua carreira em 1958, aos 23 anos. Em 1963, entrou no “Jornal do Brasil”, onde trabalhou por 47 anos. Foi neste veículo que ele capturou registros que se tornariam imortais na história da comunicação brasileira.

Durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, ele tirou fotos como a “Caça ao Estudante na ‘Sexta-Feira Sangrenta'”, de um aluno caindo ao ser perseguido por dois policiais durante um movimento marcado pela repressão das autoridades, em junho de 1968. Dias depois, fotografou a famosa “Passeata dos Cem Mil”.

Registrou, ainda, as visitas da Rainha Elizabeth II, em 1968, e do Papa João Paulo, em 1980, além de figuras icônicas do esporte brasileiro, como Pelé e Ayrton Senna.

Ao longo de seus quase 70 anos de carreira, documentou, através de suas lentes, imagens sobre música, moda e comportamento, além do Carnaval e outras festas populares.

As fotografias de Evandro estão espalhados por inúmeros museus em todo o mundo. Seus cliques integram acervos de museus como o de Belas Artes de Zurique, na Suíça; o do Museu de Arte Moderna La Tertulha, na Colômbia; o do Masp, em São Paulo; e os do MAM e do MAR, ambos no Rio de Janeiro. Evandro foi recebeu muitos prêmios de fotografia, como o da Unesco, da Nikon e da Sociedade Interamericana de Imprensa.

O velório acontecerá na Câmara dos Vereadores, das 9h às 12h desta terça-feira (5). Ele deixa a mulher Marli, com quem esteve casado por 60 anos, duas filhas e três netas. Até o momento, não há informações sobre o sepultamento.

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