22 de abril de 2025

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Governo busca contornar impasses entre trabalhadores e empresas na regulação de trabalho por aplicativo; veja o que pode mudar

O governo federal deve concluir nos próximos dias um projeto para regulamentar a situação dos trabalhadores por aplicativos. O tema está sendo tratado há quase cinco meses em um grupo criado no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

 

A regulamentação da atividade deve se estruturar em quatro eixos:

  1. remuneração mínima;
  2. seguridade social;
  3. segurança no trabalho;
  4. transparência nos pagamentos e critérios dos algoritmos.

 

No entanto, ainda existe impasse em torno de questões como a remuneração por hora trabalhada, a alíquota de contribuição para a Previdência Social, a natureza jurídica dos aplicativos e qual deve ser o vínculo entre essas empresas e os trabalhadores.

A definição da proposta ocorre em um momento estratégico. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou uma iniciativa com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para proteger direitos trabalhistas, com atenção especial aos que atuam por aplicativos.

O governo Lula queria concluir a proposta antes da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e do encontro com Biden. No entanto, devido aos impasses entre trabalhadores e empresas sobre o texto, o prazo foi estendido até o fim deste mês.

Se não houver acordo entre os envolvidos, o governo pretende elaborar a proposta e encaminhar ao Congresso.

O grupo que elabora a proposta no Ministério do Trabalho e Emprego é formado por 45 integrantes. São 15 representantes das empresas de aplicativos, 15 dos trabalhadores (entregadores e motoristas) e 15 do governo.

As reuniões são coordenadas por Gilberto Carvalho, petista que hoje exerce o cargo de secretário Nacional de Economia Solidária no MTE.

Embora as partes reconheçam que a iniciativa do governo é fundamental para regular o setor, integrantes do grupo de trabalho ouvidos pela reportagem afirmam que, até o momento, houve poucos avanços.

Como condições para fechar o acordo, as empresas querem que o grupo defina que a natureza jurídica delas é de intermediação do serviço, e não de transporte. Também querem estabelecer que não há vínculo trabalhista dos profissionais com as plataformas – os trabalhadores resistem a esses pontos.

O jornalista e professor Jonas Valente participa do grupo. Ele é pesquisador do projeto Fairwork, iniciativa baseada na Universidade de Oxford, no Reino Unido, que analisa condições de trabalho em plataformas digitais e também acompanha propostas de regulação dos aplicativos pelo mundo.

Valente afirma que o vínculo dos trabalhadores de aplicativos com as empresas é um tema central, ainda não enfrentado pelo grupo de trabalho.

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