Ex-prefeito de São Gonçalo, Neilton Mulim, morre aos 62 anos
Faleceu nesta quinta-feira (23) o ex-prefeito de São Gonçalo, Neilton Mulim.
A família confirmou a informação no início da noite, mas não divulgou a causa da morte. Informações fornecidas por amigos e profissionais próximos do político dão conta que ele estava internado devido a um um câncer em estágio avançado. O local e horário do enterro não foi informado até o fechamento desta matéria.
TRAJETÓRIA POLÍTICA
A morte de Mulim marca o fim de sua longa trajetória política – iniciada em 1989, quando se filiou ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi um político dedicado à defesa dos direitos da infância e adolescência, presidindo a Fundação Municipal de Apoio à Educação e Assistência à Infância e Adolescência de São Gonçalo e integrando o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Ao longo das décadas seguintes, sua trajetória foi marcada por constantes mudanças de partido e ascensão a diferentes cargos. Em 1996, elegeu-se vereador por São Gonçalo pelo Partido Verde (PV) e, após deixar o PV, passou por várias siglas, como o PMDB, o PTB e o PPS. Em 2006, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, cargo que ocupou por dois mandatos consecutivos. No Congresso Nacional, Mulim teve destaque como vice-líder do PR e foi membro de várias comissões, incluindo a de Seguridade Social e Família e a de Educação e Cultura.
Mulim também teve uma carreira relevante no Executivo. Em 2012, foi eleito prefeito de São Gonçalo, após uma disputa acirrada contra a deputada estadual Graça Matos, então uma das favoritas. Durante seu mandato, de 2013 a 2016, enfrentou críticas pela gestão municipal, mas também conquistou vitórias importantes, como a melhoria da infraestrutura e a implementação de programas sociais. Em 2016, Mulim tentou a reeleição, mas, apesar de uma grande coligação, não conseguiu se eleger.
Sua carreira foi marcada por uma polêmica, em 2017. Suspeito de fraude de R$ 40 milhões na iluminação pública do município, foi preso durante uma operação em um condomínio de Maricá. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, policiais encontraram R$ 267 mil em dinheiro escondidos na churrasqueira dos pais dele. Em uma decisão colegiada, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em fevereiro de 2018, acompanhou o voto do ministro-relator, Rogério Schietti Cruz, e concedeu um habeas corpus a Mulin.