Empresários e membros do Conselhão pedem a Lula prazo para fim do petróleo
A transição energética para fontes renováveis e a direção da economia verde deveriam compor a decisão do governo sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, afirmam 59 lideranças em carta enviada ao presidente Lula na última quinta-feira.
“Entendemos que há explorações em curso e que não serão e nem devem ser interrompidas da noite para o dia – incluindo o pré sal. Contudo, é crítico que se tenha um cronograma claro e definido de saída”, afirma a carta.
As lideranças afirmam ver com preocupação “o pretexto de segurança energética colocado pela Petrobras e o desenvolvimento socioeconômico apontado por lideranças locais” para defender a exploração de petróleo na região.
“O Estado brasileiro deve defender a realização da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), prevista em nossa legislação desde 2012, o que evitaria a exploração de áreas ecologicamente sensíveis e de difícil contenção de possíveis acidentes”, diz o texto.
Assinam o posicionamento pesquisadores, executivos, empresários, gestores de fundos de investimentos, consultores de finanças, ambientalistas e doze representantes de associações de reservas extrativistas.
Dos 59 signatários, cinco são membros do Conselhão, o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, grupo ligado à Presidência com participação de 245 conselheiros.
Entre os membros do Conselhão, assinam a carta o sociólogo Caio Magri, que dirige o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; o fundador da holding de investimentos QMS Capital, Marcel Fukayama; a presidente da Fundação Tide Setubal e herdeira do banco Itaú, Neca Setubal; André Villas-Bôas, do Conselho do Instituto Socioambiental e Benilda Regina Paiva de Brito, da Múcua Consultoria.
Para Marcel Fukayama, o Conselhão deve se posicionar sobre pautas estratégicas como a exploração de petróleo.
Ao blog, ele afirmou que a governança do Conselho está sendo construída nos próximos dias e deve contar com comissões temáticas. “Isso deve expressar a agenda de trabalho e os temas que o Conselhão deverá apoiar o governo a qualificar suas decisões e articulações”, diz Fukayama.