CPI do 8 de Janeiro: além de Cid, governistas também querem propor delação premiada ao hacker Walter Delgatti

Diante do aval da Advocacia do Senado para que a Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro firme delações premiadas, parlamentares governistas afirmam que devem oferecer a possibilidade de acordo ao hacker Walter Delatti Neto. Em depoimento na semana passada, ele afirmou aos parlamentares ter participado de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro para tratar de formas de descredibilizar as urnas eletrônicas.

— Vamos oferecer. Se for de interesse do Delgatti, a CPI está aberta para colher a contribuição dele —disse o deputado Rogério Correia (PT-MG).

A consulta à Advocacia do Senado foi feita tendo em vista uma possível delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Em caráter reservado, porém, alguns parlamentares avaliam como baixa a possibilidade de o militar colaborar com o colegiado. Um dos obstáculos é a participação de dois filhos de Bolsonaro na CPI, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP). Por isso, há uma avaliação de que a defesa de Cid dê preferência para uma possível delação com a Polícia Federal.

Neste cenário, para esse grupo, o ideal seria aproveitar o aval da Advocacia do Senado para a oferta de delação para outros personagens mais suscetíveis a aceitar o acordo. Em relação a Delgatti, a possibilidade é dada como certa para alguns, mas há dúvidas se a defesa dele ainda teria “cartas na manga” para barganhar, após todos os depoimentos já feitos pelo hacker.

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