Corpo do cantor e compositor Carlos Lyra será velado neste domingo no Rio

O corpo do cantor e compositor Carlos Lyra será velado neste domingo (17), das 10h às 14h, no Memorial do Carmo, no Caju. A cerimônia será restrita a familiares e amigos.

Parceiro de Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e outros artistas, Lyra morreu na madrugada deste sábado (16), no Rio. A informação foi confirmada pela família, mas a causa da morte não foi divulgada.

Autor de sucessos como ‘Coisa mais linda’, ‘Minha namorada’, ‘Primavera’, ‘Sabe você’ e ‘Você e eu’, Carlos Lyra era um dos melodistas mais inspirados da música brasileira em todos os tempos.

Segundo a mulher dele, Magda Pereira Botafogo, o compositor de 90 anos foi internado com um quadro de febre na última quinta-feira (14) no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca. Após alguns exames, foi detectada uma bactéria.

Revelado em disco na voz de Sylvia Telles (1935 – 1966), cantora que gravou Menino em 1956, Lyra foi um dos compositores do movimento rotulado como bossa nova.

O corpo do músico será velado no domingo (17), das 10h às 14h, no Memorial do Carmo, no Caju. A cerimônia será restrita a familiares e amigos.

Além de músico consagrado, o melodista carioca também desempenhou um papel fundamental na difusão da cultura brasileira. Lyra foi um dos responsáveis por fundar o Centro Popular de Cultura, o CPC, da União Nacional dos Estudantes, em 1961.

Carreira

A primeira composição de Lyra a ser lançada foi “Menino”, gravada na voz de Sylvia Telles, em 1956. Em 1959, ele lança seu primeiro álbum, intitulado “Bossa nova”. No mesmo ano, João Gilberto grava “Maria ninguém” e “Lobo bobo”, da parceria de Lyra com Ronaldo Bôscoli.

A faixa “Coisa mais linda”, composição de Lyra e de Vinicius de Moraes, foi lançada em 1961. A dupla também criou “Marcha da quarta-feira de cinzas” (1963), “Minha namorada” (1964), Primavera (1964) e “Sabe você” (1964).

Lyra também demonstrou sua ideologia social e política ao compor a trilha sonora da peça “A mais valia vai acabar, seu Edgar” (1960), do dramaturgo e diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha.

Carlos Lyra (com violão) com Vinícius de Morais, o tenor Diogo Pacheco, o ator Paulo Autran e o cantor Cyro Monteiro durante ensaio para o espetáculo "Vinicius Poesia e Canção", em 1965 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Anos depois, o cantor renovou seu repertório em álbuns como “Eu & elas” (1972) e “Herói do medo” (1975). Nos anos 1980, ele aderiu a regravações de clássicos da bossa nova e teria novas parcerias com artistas como Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro.

Lyra ainda gravou outros trabalhos de músicas inéditas, como “Carioca de algema” (1994) e “Além da bossa” (2019). Em 2023, grandes nomes da MPB homenagearam o artista no álbum coletivo “Afeto”.

 

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