Civil realiza operação contra envolvidos na morte do miliciano Marquinho Catiri

A Polícia Civil realiza, na manhã desta terça-feira (1), mais uma operação contra os envolvidos na morte do miliciano Marco Antônio Figueredo Martins, o Marquinho Catiri, e de seu comparsa, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. Os dois foram mortos em novembro do ano passado em Del Castilho, Zona Norte do Rio.

De acordo com a corporação, o principal alvo da ação é Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, apontado como o mandante do crime. O suspeito já era investigado por chefiar uma quadrilha voltada para comercialização de cigarros e exploração de jogos de azar.

Segundo a Polícia Civil, o homicídio foi motivado por uma disputa na contravenção. Catiri, que controlava a milícia que atua em comunidades de Del Castilho e Inhaúma, na Zona Norte, estava ligado a um contraventor rival de Adilsinho.
Dono de uma distribuidora de cigarros e charutos, Adilsinho foi apontado como líder de um grupo que monopolizou a venda de cigarros em diferentes pontos da Região Metropolitana. Investigações apontam que entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020 o bando obteve um lucro de mais de R$ 9 milhões. O grupo age obrigando pequenos comerciantes a venderem cigarros de marca C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Em maio de 2021, Adilsinho realizou uma festa de aniversário para 500 convidados no Copacabana Palace, quando o Brasil ultrapassava a marca dos 432 mil mortos pela Covid-19. Para despistar, a entrada foi feita pela porta dos fundos, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Na portaria, os convidados recebiam máscaras para entrar no prédio.

Recentemente, o contraventor também foi alvo de operação da Polícia Federal para desmantelar uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros. Segundo dados dos investigadores, a quadrilha já teria sonegado cerca de R$ 2 bilhões em impostos.

No último dia 18, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma operação para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra envolvidos na morte de Catiri. Os policiais da especializada realizaram buscas para prender o PM Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma, lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). Apesar das buscas, o agente não foi encontrado.

Sem Alma é um dos três acusados de envolvimento na morte de Marquinho Catiri, que já foram identificados. Em março, José Ricardo Gomes Simões foi preso na orla da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a partir da troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal. Já em dezembro do ano passado, George Garcia de Souza Alcovias foi preso no município de Francisco Morato, em São Paulo. Contra os dois foram cumpridos mandados de prisão preventiva.

Até a última atualização desta reportagem, Adilsinho e Sem Alma não haviam sido localizados.

Quem era o miliciano

Marquinho Catiri era líder de um grupo paramilitar que age nas Zonas Norte e Oeste do Rio. A milícia comandada por ele atua em Padre Miguel, Del Castilho, Engenho de Dentro e nas comunidades Águia de Ouro, Guarda, Fernão Cardim, Belém-Belém, e outras vizinhas.

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