Câncer de colo de útero: mitos e verdades, vírus HPV e a importância da vacina
Imunização está disponível nas unidades públicas de saúde do país, e as doses são indicadas a meninas e meninos de 9 a 14 anos e a homens e mulheres imunossuprimidos até 45 anos
O câncer de colo de útero é causado por uma infecção persistente, provocada por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Mas, você sabia que nem todas as mulheres que têm contato com esse vírus vão desenvolver tumores? E que essa é uma neoplasia possível de ser prevenida, inclusive através de vacina? Para esclarecer algumas das principais dúvidas relacionadas à doença, Andreia Melo, oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro, respondeu a cinco frases frequentes em relação à doença, explicando o que é mito e o que é verdade.
Importante saber
:: No Brasil, o câncer de colo de útero está na terceira posição entre as neoplasias mais incidentes na população feminina, atrás dos tumores de mama e colorretal (sem contar os de pele não melanoma). O dado é do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que estima 17.010 novos casos no país para cada ano do triênio 2023-2025. Somente no Rio de Janeiro, mais de 1,5 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença em 2025.
:: A melhor maneira de prevenção do contágio pelo HPV ainda é a vacinação. Desde 2014, a imunização é oferecida nas unidades públicas de saúde, e as doses são indicadas a meninas e meninos de 9 a 14 anos e a homens e mulheres imunossuprimidos até 45 anos.
:: Apesar do acesso facilitado, houve queda da cobertura vacinal contra o HPV nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde. Em 2019, 87,08% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose. Em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, houve redução de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022.
Vale reforçar que mesmo as mulheres vacinadas devem fazer o exame preventivo periodicamente.
Veja, a seguir, o que é mito ou verdade em relação ao câncer de colo de útero:
Câncer de colo de útero não tem prevenção.
Mito. Essa é uma das neoplasias que podem ser prevenidas. A maior parte dos tumores epiteliais do colo do útero tem relação com a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), e existe uma vacinação contra o vírus, um cuidado primário e muito eficaz. Existe ainda a possibilidade de fazer rastreio e diagnóstico precoce dessa doença, por meio da colpocitologia oncótica, que é o exame periódico, também conhecido como papanicolau. E, mais recentemente, o governo tem discutido a incorporação do teste molecular para detecção do HPV. Em caso positivo e, dependendo do subtipo verificado, a mulher será encaminhada para um exame chamado colposcopia, por meio do qual é possível verificar determinados tipos de áreas suspeitas. O material coletado passa por biópsia e, conforme o diagnóstico, o tratamento pode ser relativamente simples, com procedimentos que trazem pouca morbidade e alta chance de resolução. Mas, se for constatado câncer, ela será encaminhada ao tratamento adequado.
Qualquer mulher sexualmente ativa pode ter HPV.
Verdade. Independentemente da orientação sexual. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população sexualmente ativa em algum momento já teve contato com o HPV. E, mesmo após uma infecção, a imunização é necessária, pois pode ajudar mulheres e homens contra outros subtipos do vírus. A vacina é capaz de reduzir em até 80% as chances de retorno da infecção, segundo uma revisão da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Mulheres sexualmente ativas com até 45 anos podem se beneficiar do imunizante contra o HPV, já que muitas têm resultado negativo para o vírus ou são positivas para apenas um subtipo.
Toda mulher com HPV terá câncer do colo do útero.
Mito. Mais de 80% da população sexualmente ativa já teve contato com o vírus, e a maior parte dessas infecções pelo HPV são autolimitadas, ou seja, são resolvidas sem manifestações importantes. No entanto, em alguns casos a infecção pode se tornar persistente e levar ao desenvolvimento de neoplasias. Existem vários subtipos do vírus, mais de 100, incluindo os classificados como de baixo risco para o desenvolvimento de tumores. Esses possuem mais relação com os condilomas, também conhecidos como verrugas na região genital. Os de alto risco, principalmente os subtipos 16 e 18, são os que têm maior relação com o surgimento de neoplasias relacionadas ao HPV. E não é apenas câncer de colo de útero, há outros, como os de vagina, vulva, canal anal, orofaringe e pênis.
Preservativos impedem a transmissão do HPV.
Parcialmente verdade. O uso de preservativo é muito importante, previne a maior parte das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois o vírus pode estar presente em áreas não protegidas pela camisinha, como a vulva e a região perineal pubiana.
Quem toma vacina contra o HPV não precisa usar camisinha.
Mito. Quem toma vacina precisa, sim, usar camisinha, já que ela protege contra a maioria das ISTs. Além disso, o imunizante não abrange todos os subtipos do vírus do HPV existentes, mas oferece proteção aos principais associados ao câncer de colo de útero. Por isso, mesmo vacinado, é necessário manter o uso dos preservativos nas relações sexuais, realizar as consultas periódicas e os exames regulares, como o Papanicolau
Sobre a Oncoclínicas&Co
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A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com