Audiência pública discute concessão de transporte aquaviário nas lagoas da Barra

A Prefeitura do Rio e a Câmara dos Vereadores realizaram, nesta quinta-feira (27), uma audiência pública sobre a concessão do sistema de transporte aquaviário do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Durante a reunião, foi apresentada a proposta para o projeto de mobilidade urbana que deve receber um investimento de R$ 125 milhões.

De acordo com o projeto, estão previstas 16 linhas destinadas a atender a uma população de cerca de 1 milhão de habitantes que vivem na região do complexo lagunar. O número representa 16% da população da cidade do Rio, conforme dados de 2020.

“A demanda potencial são (sic) de 87 mil passageiros por dia (…). Esse número é um número que, a partir dele, é projetado toda a receita do projeto. Obviamente estamos falando de tarifa pública. Estamos falando de um transporte aquaviário municipal, por isso ele deve ser integrado ao bilhete único carioca”, explicou o secretário de Infraestrutura, Jorge Arraes.

A proposta detalhou como serão as embarcações e qual a capacidade projetada para os modelos. Segundo o documento, a expectativa é de que hajam dois portes, sendo um com capacidade 48 passageiros e o outro para até 120 passageiros. O início da operação deve contar com 47 balsas e esse número deve chegar a 91 unidades no quinto ano de concessão.

Já no caso das estações, as primeiras previstas no ano um do projeto são Jardim Oceânico, Jigoia Sul, Rio das Pedras, Mario de Almeida, Linha Amarela e Muzema. Nos anos seguintes, serão incluídas no plano outras 25 estações. Arraes explica que a construção das estações deve priorizar as unidades com maior estimativa de demanda.
“Isso é uma previsã. Precisamos de um cronograma para estabelecer um fluxo financeiro e de investimentos, mas obviamente que tudo pode ser antecipado em função do resultado do projeto e da própria demanda. É uma previsão. Estamos dizendo que ao final do quinto ano, como data limite, o projeto deve estar concluído”, comentou o secretário.

Dentro da estimativa de passageiros, as linhas com maior expectativa de procura em dias úteis seriam a Rio das Pedras X Linha Amarela, Rio das Pedras X Jardim Oceânico e Muzema X Jardim Oceânico. Juntas, as três devem movimentar um total de 4.210 passageiros por hora em dias úteis. “A ideia é que a gente possa, a partir desse processo, fazer uma integração entre metrô e ônibus”, explicou o secretário.

Segundo a apresentação, a concessão demandará um investimento estimado de R$ 125 milhões elos 25 anos de contrato. A outorga inicial mínima prevista é de R$ 8 milhões. A expectativa é que o edital de licitação seja concluído e publicado no mês de junho.

Além de Arraes, também participaram da audiência o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos Caiado; o deputado estadual, Claudio Caiado; o subprefeito da Barra, Raphael Lima; o diretor de Estruturação de Projetos da CCPAR, Lucas Costa; o presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Drumbosck; e o diretor de Operações da Iguá Saneamento, Lucas Arrosti.
Despoluição
Uma das etapas do projeto pensado para o transporte passa pela despoluição e desassoreamento do complexo lagunar pela Iguá Saneamento. Conforme contrato firmado na concessão da Cedae, a empresa deve investir o montante de R$ 250 milhões na revitalização das lagoas que integram a região.
“Está prevista também a execução da dragagem, que permitirá a retirada de cerca de 2,3 milhões m³ de lodo e sedimentos finos depositados ao longo dos anos nas lagoas. O objetivo da dragagem é permitir o restabelecimento do fluxo de água nas lagoas, possibilitando sua oxigenação, bem como as trocas com o mar, que são importantes para o reequilibro daquele ecossistema”, diz nota da empresa.
Ainda em nota, a empresa esclareceu que é favorável a projetos que promovam a melhora na mobilidade da população, mas disse não ter relação com o projeto, além da questão da revitalização do complexo. “A gestão das lagoas e de questões como resíduos sólidos e sedimentos que são carreados pela chuva continuam sob responsabilidade do poder público”, concluiu.

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