Após se reunir com Celso Amorim, vice-chanceler da Ucrânia afirma que Brasil poderá ‘deter agressão russa’

O vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Melnyk, afirmou, nesta quarta-feira, que o Brasil poderá ajudar a “deter a agressão russa”, ao propor um plano para a paz na região. Responsável, entre outros assuntos, pela cooperação entre o governo ucraniano e os países das Americas, Melnyk se reuniu, em Kiev, com o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim.

“O Brasil pode desempenhar um papel importante para deter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa. Também nos esforçamos para revigorar uma parceria estratégica”, escreveu o vice-chanceler ucraniano em uma rede social.

Ucrânia e Rússia estão em guerra há mais de um ano. Amorim foi a Kiev, como enviado especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a convite do governo ucraniano. Ele também se reuniu com o presidente Volodymyr Zelensky.

O ex-chanceler de Lula nos dois primeiros mandatos do presidente esteve, no início do mês passado, em Moscou, onde se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Na ocasião, Putin pediu que o ex-chanceler transmitisse a Lula um convite para visitar a Rússia.

Em seguida, ainda em abril, o ministro de negócios estrangeiros russo, Sergey Lavrov, esteve em Brasília e foi recebido por Lula. Após se reunir com o chanceler Mauro Vieira, Lavrov fez uma declaração polêmica: disse que Brasil e Rússia tinham visões comuns sobre o mundo.

De acordo com um interlocutor com conhecimento do assunto, existe a expectativa de Zelensky esteja aberto a ouvir a proposta de paz de Lula. Mas o presidente ucraniano poderá insistir para que o Brasil forneça à Ucrânia munições para abater drones iranianos lançados pelos russos em áreas estratégicas, como instalações energéticas.

Também estava nos planos dos ucranianos levar Celso Amorim a áreas atingidas pelos ataques da Rússia. A ideia é sensibilizar o governo brasileiro — que condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas se posicionou contra sanções econômicas contra Moscou.

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