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Um marco para a Saúde Mental de Meriti: centro de atenção psicossocial – álcool e outras drogas (caps-ad) completa 15 anos

A Secretaria de Saúde da Prefeitura de São João de Meriti comemorou ontem, dia 8/11, o aniversário de 15 anos do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD) Marinheiro João Cândido com a realização de um fórum com o tema: “A Redução de Danos e a Luta Antirracista”.

A abertura do evento foi feita por uma mesa com representantes da Superintendência de Saúde Mental do município e pela subsecretária de Saúde Drª Malu Santos que falou sobre problemas sociais e desenvolvimento de vícios: “As pessoas que estão ligadas aos atendimentos de qualquer tipo de situação viciosa têm que ter oportunidade, porque chegaram a isso por problemas sociais gravíssimos, como o desemprego, a quebra da organização familiar e o racismo. Nós devemos dar todo o apoio a eles. É importante ampliarmos cada vez mais os serviços nas unidades”.

Ainda durante a primeira mesa a diretora do CAPS-AD Samira Rodrigues explicou como é realizado o trabalho na unidade: “Pensar no cuidado aos usuários de álcool e drogas é pensar em resistência, força, luta, afeto e inclusão. É pensar além dos diagnósticos de saúde e sociais ao qual essa população é inserida e da maneira como a sociedade olha para esses corpos, em maioria pretos. Pensar na lógica da redução de danos é refletir sobre a ampliação de vida, que toda vida vale a pena e que não abriremos mão de nenhuma. O CAPS-AD é um lugar de cuidado antimanicomial e antirracista, e temos orgulho disso”, disse ela.

A ação seguiu com a Mesa de Aniversário que teve o tema do evento “A Redução de Danos e a Luta Antirracista”. A mediação foi de Fernanda Catharino, assistente social do CAPS-AD e mestranda em Serviço Social e Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Participaram Natielle Leite, da equipe de coordenação da unidade; Denis Petuco, redutor de danos e pesquisador em Saúde Pública do Laboratório de Educação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); o enfermeiro especializado em Saúde Mental e assessor técnico do Núcleo de Atenção Psicossocial do Viva Rio, Rogério Ferreira; a artista visual e artesã, Bianca Santana e Vilma Dias, terapeuta ocupacional e membro do coletivo Ocupação Psicanalítica.

Para finalizar o período de bate-papo e aprendizagem, o médico do CAPS-AD e mestrando em Atenção Psicossocial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Felipe Pereira, falou sobre multidisciplinaridade do tratamento: “Nós temos desaprendido a lidar com nossas próprias emoções. Hoje, os dados mostram que uma a cada três pessoas tem um diagnóstico de algum transtorno, de alguma doença psiquiátrica. Um tratamento deve ser baseado em toda a lógica dos acessos que as pessoas têm, seja ele medicamentoso, de interação social, de lazer, de alimentação ou de moradia. A medicação ajuda, mas não resolve o problema. Ele só pode ser resolvido com políticas públicas, com acesso e com a informação”, explicou ele.

À tarde ocorreram diversas intervenções artístico-culturais com a participação de Jackson Machado, artista plástico premiado com o troféu “Arte em Movimento” em 2022, trazendo a instalação “A Língua”; Vallen, poeta, atriz e cantora, e Bianca Santana, artista visual e artesã que recebeu o Diploma Eloneida Studart da Baixada Fluminense em 2017 pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e atualmente atua como arte educadora no CAPS-AD Marinheiro João Cândido, trazendo a instalação “Entra na Kombi”. O público também conferiu a apresentação da roda de samba “Os Originais do Mussum” e da oficina “Contas com a Gente” com venda de bijuterias confeccionadas no CAPS.

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