UE e Mercosul podem firmar maior acordo de livre comércio do mundo, mas precisam superar protecionismo europeu

Durante um encontro com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou sobre a vontade de avançar com o acordo entre União Europeia e Mercosul, que está em discussão desde 1999, mas que até agora não foi firmado. “Estamos perto da linha de chegada. Acho que chegou o momento de cruzar essa linha. Eu e o presidente Lula nos comprometemos em concluir o acordo o quanto antes. No mais tardar, no final do ano”, projetou a representante europeia, acrescentando que a parceria “é mais que um acordo, é uma plataforma para diálogo e enganjento de longo prazo”.

 

Contudo, ao mesmo tempo em que as negociações parecem se encaminhar para uma conclusão, também existem obstáculos que interferem nesse processo. Após a conversa com Von der Leyen, Lula fez novas exigências à UE. Em maio, o acordo já tinha sido reavaliado depois que novas condições foram impostas pelos europeus. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, falou que a União Europeia tem um “viés muito protecionista” e que essa parceira entre os blocos é “extremamente dura e difícil, criando uma série de barreiras e possibilidades, inclusive de retaliação”.

 

Esse protecionismo tem sido um dos atritos para implantação desse acordo. Prova disso é que na terça-feira, 13, um dia depois do encontro de Lula e Von der Leyen, a França aprovou, por 231 votos a favor e 58 contra, uma resolução contra o acordo. O país tem sido um dos problemas do lado europeu para o avanço do documento. Na próximo semana, Lula se encontrará com Emmanuel Macron, presidente francês, e o assunto será certamente abordado.

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