TRE-RJ prevê retirada de seções eleitorais em áreas controladas por criminosos
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou medidas para evitar a influência do crime organizado nas eleições de 2026. A estratégia de segurança para o pleito do próximo ano prevê a retirada de seções em áreas controladas por criminosos. A expectativa do órgão é garantir que os eleitores possam votar sem pressões ou intimidações.
Na sexta-feira (26), o vice-presidente e corregedor regional eleitoral, desembargador Claudio de Mello Tavares, se reuniu com a elite dos setores de inteligência das forças de segurança do Estado e com membros do Ministério Público do Rio (MPRJ) e da Procuradoria Regional Federal. O encontro, na sede do TRE-RJ, no Palácio da Democracia, no Centro, deu início à integração entre os órgãos para assegurar eleições livres de interferências.
Segundo o Tribunal, a atuação para as eleições de 2026, que acontecem em pouco mais de um ano, tem foco em duas principais frentes contra a influência do crime organizado no processo eleitoral. A primeira discussão foi sobre a transferência de seções eleitorais em áreas controladas por criminosos. A medida vai incluir a atualização do mapeamento realizado para as eleições municipais de 2024 e a conclusão das alterações que permaneceram pendentes.
Já a segunda prevê a criação de mecanismos de cooperação para ampliar o acesso da Justiça Eleitoral à informações sobre candidatos, permitindo impedir em tempo hábil o registro de candidaturas de pessoas associadas ao crime organizado. O objetivo é evitar a infiltração de criminosos nas esferas de poder político. Além da reunião da últimas sexta, novos encontros estão previstos para os próximos meses, para estabelecer diretrizes específicas e acompanhar o avanço das medidas planejadas.
“Temos eleitores que votam com medo, tamanha a influência e o poder dos criminosos em algumas áreas do Rio (…) Trabalharemos para modificar os locais de votação que enfrentam essa realidade, com a orientação de que o eleitor não vote a mais que 1,5 quilômetro de sua residência. E, para mudar essa realidade, precisamos impedir que pessoas associadas a essas práticas entrem para a política”, afirmou o desembargador.