Supremo inaugura exposição em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

“Mulheres no Brasil, um caminho pela igualdade de direitos” é o nome da mostra inaugurada no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quinta-feira (7), para lembrar e celebrar a conquista de direitos pelas mulheres brasileiras. Localizada no Espaço Cultural Ministro Menezes Direito, no edifício-sede do STF, a exposição é uma homenagem da Corte ao Dia Internacional da Mulher, celebrado amanhã, 8 de março.

Mudança cultural

Na cerimônia de abertura da mostra, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, salientou que a igualdade de gênero ainda é uma luta inacabada “e um compromisso em relação ao qual nós temos que continuar a nos empenhar”.

Segundo o ministro, o Tribunal está organizando uma grande campanha institucional de informação e esclarecimento com o objetivo de desnaturalizar a cultura, ainda introjetada em muitas partes do Brasil, de que o homem tem direitos sobre a mulher. A seu ver, é preciso fazer um grande esforço de mudança cultural.

Resgate da história pelo Judiciário

Atualmente única mulher a integrar o STF, a ministra Cármen Lúcia ressaltou que não é retórica dizer que a história inviabilizou e silenciou as mulheres. Na solenidade, a ministra ressaltou que a luta “não é de agora” e que as mulheres estiveram e estão na história do Brasil. “É preciso que isso seja resgatado também pelo Poder Judiciário”, acrescentou.

“Todas as vozes do Brasil devem ser ouvidas: mulheres, homens, indígenas, brancos, negros, amarelos e quem mais vier e todos que chegarem”, enfatizou. No final de sua fala, a ministra Cármen Lúcia disse ter o desejo de que todo brasileiro tenha o direito constitucional de ser, na vida real, o que quiser ser.

A convite do ministro Barroso, a cantora e compositora Daniela Mercury também prestigiou a abertura da mostra.

Personagens importantes

A exposição traça uma linha do tempo que se inicia com a história das mulheres no Brasil Colônia, passando pela Lei do Ventre Livre, a conquista do voto feminino, a participação de candidatas em eleições, a Lei Maria da Penha e a posse da primeira mulher indígena no cargo de ministra de Estado.

A mostra destaca algumas personagens importantes do passado e do presente que marcaram a história do país em vários segmentos da sociedade, seja no Judiciário (ministra Ellen Gracie, que foi a primeira mulher a integrar o STF), na pintura (Tarsila do Amaral), na literatura (Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Rachel de Queiroz e Cora Coralina), na música (Chiquinha Gonzaga, Elis Regina, Rita Lee, Alcione e Maria Bethânia) e na política (Dilma Rousseff e Marina Silva).

Na cronologia apresentada em painéis, também são lembradas as primeiras mulheres a se tornarem advogada, juíza, delegada, bem como o pioneirismo feminino em cargos públicos nos Três Poderes, além de conquistas das mulheres trans e indígenas.

Contribuições

A exposição traz ainda mulheres que não tiveram sua contribuição para o país devidamente reconhecida, e retratá-las visa ajudar a quebrar ciclos de inviabilização e preconceito, que marcam, sobretudo, a vida de mulheres negras, indígenas, pobres ou LGBTQIA+.

A iniciativa reitera o compromisso do Supremo com a guarda da Constituição de 1988, em especial com a promoção da igualdade de gênero, consagrada, também, como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) 5.

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