SENAI sinaliza em audiência pública da CCJ na ALERJ que Estado deverá ter mais de 900 mil empregos projetados até 2027
Já o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) informou que o setor deverá gerar 300 mil postos de trabalho, por ano, até 2031.
O Estado do Rio deverá ter mais de 900 mil demandas de trabalho por formação profissional até 2027. O dado, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), foi apresentado durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta quinta-feira (06/11), com o tema “Capacitação Profissional e Empregabilidade: Caminhos para o Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro”.
O debate, mediado pelo deputado Vinicius Cozzolino (União), integrante da CCJ, discutiu o Projeto de Lei nº 5.242/25, de autoria do próprio parlamentar, que cria o Programa de Capacitação Profissional e de Empregabilidade voltado para os setores estratégicos da economia fluminense, como petróleo e gás, economia do mar, saúde, infraestrutura e logística, economia verde, economia criativa e turismo.
“A audiência foi muito produtiva e as sugestões, enriquecedoras. Não tinha dúvidas de que este projeto precisava ser melhorado. Ele merecia isso por conta dessa extrema necessidade de capacitação profissional que temos no Rio de Janeiro. As contribuições irão fazer com que esse programa seja executável”, afirmou Cozzolino.
Setor de logística lidera projeções
O gerente de Educação Profissional do Senai no Rio de Janeiro, Edson Melo, apresentou o estudo, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria. Segundo o levantamento, o setor de logística e transporte tem o maior número de empregos projetados até 2027 (262,5 mil), seguido por construção (149,6 mil), metalmecânica (100,8) mil, manutenção e reparação (100,1) mil e tecnologia e engenharia (99,3 mil), fechando as cinco principais áreas de formação.
“O estudo aponta que haverá 909,7 mil demandas por formação profissional, sendo 150,6 mil por formação inicial, ou seja, pessoas que não têm nenhuma formação, e os outros 759,1 mil de pessoas que já estão empregadas ou estão desempregadas e precisam de cursos para se requalificar”, afirmou Melo.
Além disso, ele entregou quatro sugestões do Senai e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para serem inseridas no projeto de lei. São elas: o desenvolvimento da “Plataforma 360 da Empregabilidade” para conectar competências, oportunidades e futuro; considerar uma linha de custeio para alimentação e transporte dos participantes dos programas de capacitação e de empregabilidade, para os de baixa renda; alinhamento com a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (PNEPT); além da adesão do Rio de Janeiro ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
“Temos um prazo muito curto, que é até 31 de dezembro. Os números são bem interessantes e o volume de recursos até 2030 para a educação profissional será excelente, se o Estado aderir de fato ao Propag”, complementou.
Petróleo e Gás espera gerar 300 mil empregos
Por sua vez, o gerente de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Felipe Carvalho, afirmou que o setor espera gerar 300 mil empregos anuais no Estado, pelos próximos cinco anos. Segundo Carvalho, isso se deve ao fato de 87% do petróleo produzido no Brasil ser proveniente do Rio de Janeiro, com operações de Petróleo e Gás respondendo por 53% do Produto Interno Bruto (PIB).
“A expressividade que demanda o Petróleo e Gás para o Rio de Janeiro vai gerar empregos. O Estado tem o segundo maior PIB do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Há muito equipamento e maquinário, mas não se faz indústria sem gente, sem capacitação. Precisamos atrair os jovens para reciclar a mão de obra”, explicou Carvalho.
Capacitação e certificação profissional
Para suprir essa demanda de postos de trabalho, foi discutida na audiência a necessidade de iniciativas de capacitação profissional, conforme previsto no PL 5.242/25. Nessa linha, a coordenadora técnica da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (Setrab), Claudia Cunha, pontuou que, além da qualificação, é preciso que haja ferramentas para fomentar a certificação profissional.
“É importante a gente saber distinguir o que é educação formal e o que é qualificação profissional. Além disso, pouco se fala na certificação profissional. Muitas vezes o trabalhador tem uma formação empírica e habilidades – sem necessariamente ter feito um curso – que podem ser certificadas em testes de validação”, destacou a coordenadora.
Já a analista de políticas públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ana Carolina Sampaio, defendeu iniciativas de educação empreendedora e alertou que os cursos de capacitação também devem direcionar os alunos para as oportunidades de emprego.
“Hoje a gente tem, por exemplo, a plataforma ‘Contrata+Brasil’, que é menos burocrática e simplificada. Precisamos nos unir para demonstrar as possibilidades disponíveis”, comentou.
Também estiveram presentes na audiência pública a presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Caroline Alves; o subsecretário de estado de Energia e Economia do Mar, almirante Sérgio Chaves; o economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mauro Osório; o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Vitor Saraiva; a superintendente de Planejamento Territorial da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Luciana Leis; e o superintendente Estadual de Juventude, Luan Monteiro; além de representantes do poder público, instituições de ensino, setor produtivo e sociedade civil.

