Saco do Mamanguá: conheça o paraíso conhecido como ‘fiorde tropical’ no litoral do RJ
Muitos chamam o Saco do Mamanguá de fiorde tropical. Mas o braço de água salgada cercado de montanhas numa região isolada de Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, nunca teve gelo, claro, ao contrário das paisagens escandinavas, estas sim esculpidas pelo frio.
O Saco, com 8 km de comprimento por 2 km de largura, é tecnicamente uma ria, como a de Aveiro, em Portugal: é o um vale costeiro e submerso no entorno da foz de um rio — no caso do Mamanguá, é o Grande.
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Suas águas variam de tom: são cristalinas na “foz”, perto do mar, e mais turvas e rasas nas margens, onde há manguezais. A maior parte das 33 praias só é acessível de barco.
Por ser isolado e quase intocado, o Saco é destino de quem quer ficar longe do agito do Centro Histórico e das praias de Trindade. A luz elétrica chegou lá tem somente 7 anos. Estima-se que morem no Mamanguá nem 150 famílias.
Mamanguá, aliás, deriva do termo tupi mamangûá, que significa “enseada dos mamangás”. Mamangá, por sua vez, é um termo que se refere a 3 espécies de arbustos que ocorrem naquele ecossistema.
A população local vive da pesca, turismo e artesanato em madeira. O “Centro” é a Vila do Cruzeiro, onde há uma escola, igrejas e um posto de saúde.
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Maria das Graças Correia, a Gracinha, abriu um restaurante no início dos anos 2000 no Regato que virou um ponto obrigatório.
“Eu tinha sempre esperança de ter um restaurante. Eu não acreditava que eu poderia ter num lugar tão difícil. E eu consegui. Com a ajuda do meu marido, dos meus filhos, a gente lutou muito para conseguir, então me sinto muito feliz aqui”, disse Gracinha.
Entre os destaques da culinária caiçara estão peixes fritos e o sururu, uma espécie de marisco que dá muito nos manguezais. Para catá-lo, é necessário enfiar o pé na lama e tatear nos buracos até encontrar a concha. Depois, é só lavar e cozinhar com “casca” e tudo.