Prefeitura do Rio realiza a formatura de 430 jovens de favelas da cidade no projeto Pacto pela Juventude

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário de Juventude, Salvino Oliveira, participaram, nesta quarta-feira (17/5), da formatura da 1ª turma do Pacto pela Juventude, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca. A turma de 430 jovens cariocas moradores de favelas do Rio de Janeiro concluiu, após sete meses, a formação no projeto implementado pela Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

– Hoje é um dia que tem um simbolismo importante para vocês por receber o diploma. A vida é feita de conquistas, algumas vocês vão ter o diploma físico, como hoje, outras são as nossas lutas e metas do dia a dia. É importante que cada um de vocês saiba que a experiência vivida nesse projeto é uma demonstração de que, mesmo numa circunstância adversa e que todas as probabilidades joguem contra, mesmo que seja muito difícil, se a gente perseguir, se esforçar, correr atrás, dá para alcançar os objetivos. Quando fazemos um programa como esse queremos formar o que chamamos de consciência cidadã para que possamos melhorar como país, que possamos construir uma cidade melhor – afirmou Eduardo Paes.

Durante os meses de intenso estudo, os jovens receberam bolsas de R$ 500 e aplicaram conhecimentos sobre como identificar problemas e propor soluções nas regiões onde eles moram. Providência, São Carlos, Cidade de Deus e Rio das Pedras são algumas das favelas do Rio de Janeiro que já têm um dos 40 núcleos do projeto em funcionamento em todas as regiões da cidade. O Pacto pela Juventude é uma oportunidade de jovens periféricos poderem contribuir de forma efetiva para a solução de problemas das suas comunidades.

– Hoje é um momento histórico para a cidade do Rio de Janeiro. O Pacto pela Juventude é uma das maiores políticas de juventude no planeta. Estamos formando a primeira turma, são quase 500 jovens que representam mais de 40 favelas. Neste momento, eles vão apresentar os projetos que propõem soluções práticas para problemas reais da nossa cidade. Eles passaram sete meses nas salas de aula, depois de um processo de inscrição em que mais de 20 mil jovens se inscreveram. Foram mais de 17 mil jovens impactados com os projetos. Estamos criando um ciclo do bem, um verdadeiro pacto de defesa da juventude, que é também a defesa do futuro e do presente do Rio de Janeiro. Queremos uma cidade cada vez mais justa e com mais oportunidades para os jovens, em especial de favelas e das periferias – disse Salvino Oliveira.

Mais de 10 mil jovens impactados nas ações do projeto

Os jovens do Pacto pela Juventude são orientados e incentivados a multiplicar conhecimentos e soluções para problemas históricos da sua própria vizinhança em temáticas como Cultura, Esporte, Sustentabilidade e Tecnologia.  Desde julho de 2022, quando foi lançado, o Pacto pela Juventude já realizou 200 ações de multiplicação, resultando em mais de 10 mil jovens impactados que se tornaram multiplicadores em toda a cidade, levando conhecimentos e práticas sustentáveis alinhadas com a Agenda 2030 da ONU para a juventude e seus pontos de contato, como família, vizinhos e amigos. Nos próximos meses, novos bolsistas poderão se candidatar às vagas.

Projetos e alcance internacional

Os projetos autorais dos jovens formandos são um dos frutos do Pacto pela Juventude. Um deles é o Tô Navegando, que busca inserir no mercado de trabalho pessoas com síndrome de down com a oferta de uma formação gratuita em tecnologia.

– O Pacto pela Juventude foi uma experiência que mudou a minha vida. Ele me deu a oportunidade de iniciar um projeto que eu vinha pensando há muito tempo. Eu tenho uma irmã com síndrome de down, ela terminou o Ensino Médio no ano passado e eu minha família estávamos pensando se ela conseguiria fazer uma faculdade. No Brasil são apenas 74 pessoas com síndrome de down cursando ou formados no Ensino Superior. Era uma preocupação muito grande nossa. As pessoas com síndrome de down costumam entrar no mercado de trabalho de forma tardia. Quando conseguimos tocar o projeto foi muito gratificante. Ele vai funcionar em um Espaço da Juventude e esses jovens poderão se capacitar e mostrar seu potencial para o mercado de trabalho – contou Camille Souza, de 18 anos, moradora de Madureira e idealizadora do programa Tô Navegando.

Outra iniciativa que chama a atenção foi desenvolvida por um grupo de jovens do eixo de Esporte do núcleo da Penha, Zona Norte do Rio. Após uma oficina sobre desigualdade, os alunos decidiram que irão criar um espaço de prática esportiva na região, com atendimento profissional especializado.

Essa segunda ação foi apresentada, em abril, no Fórum de Juventude do Conselho Econômico e Social da ONU, em Nova York.

Representando os alunos do Pacto pela Juventude, Gabriela da Silva, de 23 anos, viajou com uma comitiva da JUVRio para os Estados Unidos e falou sobre a importância dessa política pública na vida de jovens moradores de favelas.

– Eu nunca imaginei que fosse passar por essa experiência, em que pude falar sobre o projeto do meu grupo junto a uma delegação brasileira da JUVRio em Nova York. Estar no Fórum foi sensacional porque pude conhecer outros jovens que têm ideias e estão promovendo mudanças. Tudo isso graças ao Pacto pela Juventude – disse Gabriela da Silva, moradora do morro da Chatuba.

 

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