Pelo menos 14 pessoas foram alvo de atentados políticos na Baixada Fluminense desde junho; 8 morreram
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Disputas políticas na Baixada Fluminense mataram, desde junho, pelo menos 8 pessoas e deixaram outras 4 feridas. Duas pessoas que estiveram entre alvos não chegaram a ser atingidas pelos disparos. Os atentados não miraram apenas candidatos. Assessores e parentes também foram vítimas da violência eleitoral, e até um bebê de 2 anos saiu ferido.
O último caso foi na noite desta terça-feira (24) em Nova Iguaçu. O candidato a vereador pelo município João Fernandes Teixeira Filho (Avante), conhecido como Joãozinho Fernandes, de 48 anos, foi assassinado no bairro Cacuia. O político estava dentro de um carro quando criminosos abriram fogo. Duas pessoas acabaram baleadas.
Duas apoiadoras do candidato acabaram feridas. Célia Regina da Silva Faria, de 64 anos, sofreu ferimentos no ombro esquerdo. Joilma Melo de Oliveira, de 52, foi atingida na região dorsal, à esquerda.
Joãozinho Fernandes havia lançado a campanha havia menos de 10 dias com a presença do atual prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP), e do candidato à prefeitura Dudu Reina (PP). Cerca de 1 hora antes do crime, o candidato a vereador publicou imagens fazendo uma caminhada em Nova Iguaçu para promover a candidatura.
Veja abaixo os ataques que atingiram candidatos na Baixada Fluminense desde julho:
20 de setembro, Nova Iguaçu
Na última sexta-feira (20), 2 candidatos a vereador em municípios da Baixada Fluminense sofreram atentados. Gerson Cunha de Almeida Reis Filho (União Brasil), o Gersinho Filho Jacaré, foi um deles. Três tiros foram disparados contra o carro em que ele estava. O veículo era blindado, e o candidato não se feriu.
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20 de setembro, Duque de Caxias
Reginaldo Adelino Fortes (PP), o Irmão Dino, candidato a vereador, teve sua empresa atacada a tiros no bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias. Cápsulas de bala podiam ser vistas na rua horas após o crime. Ninguém se feriu.
13 de setembro, Japeri
No último dia 13, Jean Paulo Figueiredo de Araújo, de 30 anos, assessor do vereador Rogério Gomes Castro, o Rogério da RR (PSD), morreu após ser atingido em um ataque a tiros enquanto estava em um carro com sua esposa e filho de 2 anos, em Japeri, Baixada Fluminense. Jean coordenava a campanha de reeleição do vereador.
Além de Jean, sua esposa, Laura Lopes Boechat, e a filha do casal, um bebê de 2 anos, também ficaram feridos. O crime aconteceu na Rua Canastra. Todos foram levados para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu.
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22 de junho, Duque de Caxias
Em 22 junho, o assessor da prefeitura de Duque de Caxias Michel Laeber Estevão, de 41 anos, foi morto a tiros na porta de sua casa. Conhecido como Xexéu, o profissional era filiado ao MDB e trabalhava na gestão de Wilson Reis.
20 de junho, Magé
No mesmo mês, o pré-candidato a vereador de Guapimirim, também na Baixada Fluminense, Livercino Marcelino dos Santos (PP), de 49 anos, conhecido como Lili da Kombi, também foi morto a tiros em Magé. A candidatura dele não chegou a ser oficializada.
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15 de junho, Nova Iguaçu
Em 15 de junho, Juliana Lira de Souza Silva, de 44 anos, pré-candidata a vereadora de Nova Iguaçu, foi morta a tiros junto ao filho no bairro Comary. Policiais encontraram dois corpos no chão com marcas de arma de fogo.
Testemunhas afirmaram que quatro homens encapuzados saíram de um carro preto e atiraram nos dois. Juliana estava sentada em um bar. O filho dela, Alexander, estava a cerca de 6 metros da mãe, fazendo reparos em um veículo. Segundo as investigações policiais, uma das linhas de investigação trata o caso como crime político.
11 de junho, Seropédica
Na mesma semana, em 11 de junho, dois filhos da pré-candidata a vereadora Shirley Marinho foram mortos a tiros, em Seropédica, também na Baixada Fluminense.
Everton Damião Sá Passos Nascimento Junior, de 18 anos, e Kauã Marinho Nascimento, 20, foram assassinados por homens encapuzados que chegaram à casa deles em carros semelhantes às viaturas da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).
A mãe das duas vítimas estava no local na hora do crime e tentou entrar na frente dos tiros para salvar os filhos, mas não se feriu. Segundo testemunhas disseram na época do crime, as mortes têm relação com a disputa entre milicianos rivais, que tentam controlar a área. Moradores chegaram a fazer protesto após o assassinato que bloqueou rodovia.
Atualmente, uma das linhas de investigação da polícia é que o caso se trata de crime político.