Papa Francisco preside missa do Domingo de Páscoa, após cancelar ida a procissão da Sexta-Feira Santa
Papa cancelou de última hora a participação na Via Sacra, em decisão que reacendeu preocupação sobre sua saúde. Em homilia neste domingo, ele pediu cessar-fogo em Gaza.
O papa Francisco presidiu as celebrações deste Domingo de Páscoa no Vaticano, diante de cerca de 30 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro. Em sua homilia, ele renovou o pedido por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Peço de novo que o acesso de ajuda humanitária em Gaza seja garantido e exorto, de novo, a libertação rápida dos reféns sequestrados em 7 de outubro”, disse o pontífice.
A cerimônia, que marca a data mais importante da Igreja Católica, começou às 10h no horário local (5h em Brasília). O papa chegou de cadeira de rodas ao local. Depois da missa, saudou os fiéis a bordo do papamóvel, entre abanos e sorrisos. A celebração foi retransmitida para o mundo inteiro.
Ausência na Via Sacra
Na sexta-feira (29), o pontífice, de 87 anos, cancelou de última hora a presença nas celebrações da Via Sacra – uma decisão tomada para preservar a sua saúde para o fim de semana carregado de atividades, informou o Vaticano.
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Foto divulgada pelo Vaticano mostra o Papa Francisco durante a mensagem pascal na galeria central da Basílica de São Pedro — Foto: Handout / VATICAN MEDIA / AFP
No calendário católico de Páscoa, o evento no Coliseu de Roma é uma procissão que reconstitui a morte de Jesus Cristo. Fiéis caminham dentro e ao redor da antiga arena romana, parando para orar e ouvir meditações.
Na noite deste sábado (30), Francisco participou da vigília pascal durante mais de duas horas e pronunciou a homilia sem dificuldades. Ele se manifestou contra as “pedras da morte”, “os muros do egoísmo e da indiferença” e “todas as aspirações de paz destruídas pela crueldade do ódio e pela ferocidade da guerra”.
O cancelamento de sexta-feira – que ocorreu instantes antes do início da cerimônia, forçando os organizadores a remover às pressas a cadeira papal – e a comunicação concisa do Vaticano reacenderam os questionamentos sobre a saúde debilitada de Francisco.
Pilar central do calendário católico, a Semana Santa, que envolve várias celebrações que culminam na Páscoa, representa uma maratona para o papa argentino.
Recentemente, Francisco tem aparentado cansaço e foi forçado, em várias ocasiões, a delegar a leitura de seus discursos, alegando bronquite. No final de fevereiro, ele foi submetido a exames em um hospital de Roma.