Paes pede ao governo federal para comprar edifício A Noite, no Centro, por R$ 29 milhões
Em meio ao impasse sobre o futuro do icônico edifício A Noite, na Praça Mauá, o prefeito Eduardo Paes informou à ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, que o município tem interesse na aquisição definitiva do imóvel, pelo valor do bem fixado em R$28,9 milhões. Em setembro, Paes já havia revelado que pretendia arrematar o prédio. O edifício foi o primeiro arranha-céu da América Latina, construído em 1929 em estilo art déco. Paes frisa que o imóvel “se encontra fechado há anos, deteriorando e depreciando o espaço urbano, e se apresenta como importante ativo para o desenvolvimento daquela área da cidade”.
No documento, Paes diz que o interesse pelo prédio se justifica pelos esforços pela recuperação da região, com “objetivo a melhoria da qualidade de vida dos atuais e futuros moradores, bem como a sustentabilidade ambiental e socioeconômica da região portuária, tendo, como parte de suas diretrizes e princípios, a valorização da paisagem urbana, o aproveitamento de espaços ociosos e o estímulo à renovação urbana e às atividades de geração de trabalho e renda da região”.
O prefeito acrescenta que “políticas urbanas visando ao desenvolvimento econômico e social têm sido implantadas no Centro do Rio de Janeiro, como o Reviver Centro, beneficios para oferta de empreendimentos residenciais e subsídios para o estímulo do comércio na região”.
A decisão de Paes ocorre a duas semanas do término do prazo de validade de um laudo da Superintendência do Patrimônio da União que serve de base para a venda do imóvel. Depois de dois leilões fracassados, o edifício foi colocado em sistema de venda direta pelo valor de R$ 28,9 milhões. A data limite para apresentação das propostas é o próximo dia 18.
Desde então, foram feitas três propostas para a compra do prédio. Duas de pessoas físicas que no entanto não depositaram o sinal. Há outra proposta em análise nesse momento no governo federal da empresa Prosperita Incorporadora e Construtora Ltda, de Brasília. Procurado, um dos sócios da empresa. Bruno Caixeta, ainda não se manifestou.
Fracassos em tentativas de venda
O prédio está vazio desde 2012, quando a Rádio Nacional deixou o local. Há três anos, o Ministério da Economia tenta se desfazer do imóvel: foram leilões sucessivos, mas o mercado considerou o preço elevado porque o prédio terá que passar por ampla reforma para restaurar suas características originais. O preço inicial era de R$ 98 milhões, mas teve desconto de 70%.
No início das intervenções do Porto Maravilha, e antes de uma crise no mercado imobiliário, uma construtora chegou a fazer uma oferta de R$ 120 milhões, mas não houve acordo.