Morre, aos 98 anos, o maestro Roberto de Regina
Famoso por promover concertos na Zona Oeste, músico foi o maior expoente do cravo no Brasil
O cravista e maestro Roberto de Regina morreu nesta sexta-feira (25), aos 98 anos, de causas naturais. A notícia foi anunciada na página da Capela Magdalena, em Guaratiba, na Zona Oeste, onde o músico promovia concertos há décadas.
Segundo um familiar, Roberto estava debilitado e chegou a ficar internado por cerca de dez dias no último mês de dezembro.
No perfil do músico no Instagram, uma publicação homenageou o veterano: “Tio, sentiremos muita saudade. O adeus não apaga a história. Ele só nos ensina a guardá-la com mais carinho.”
Como cravista, Roberto de Regina se destacou no cenário nacional desde a década de 1940, atuando também como regente. Já como luthier, conseguiu alterar a trajetória da cena musical, sendo o primeiro construtor brasileiro de cravo no século XX, contribuindo para a difusão do instrumento no país.
Instrumento muito popular na Europa no período barroco, nos séculos 16 a 18, o cravo possui palhetas que puxam as cordas em seu interior, gerando um som único e diferente em relação ao piano.
Roberto de Regina se formou em medicina em 1952, mas já se dedicava à música nos tempos de estudante, atividade que acabou prevalecendo e o destacou no cenário nacional.
No último mês de fevereiro, o cravista recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A iniciativa partiu do Departamento de Instrumentos de Teclado da instituição.