Morre, aos 88 anos, a cantora Doris Monteiro
Rio – A cantora Doris Monteiro morreu no Rio, na madrugada desta segunda-feira (24). A artista, que tinha 88 anos, faleceu de causas naturais em sua residência, de acordo com informações divulgadas pela família em publicação no Instagram oficial da cantora.
Até o momento desta publicação, informações sobre o velório e enterro ainda não foram compartilhadas.
Uma das percursoras da Bossa Nova, Doris Monteiro, carioca, nasceu em outubro de 1934, e começou a cantar profissionalmente ainda no fim da adolescência, durante a década de 40. Nos anos 50, a artista já era considerada uma das maiores intérpretes do país.
Contratada pela Rádio Tupi, aos 16 anos a artista se apresentava no Copacabana Palace, com a mãe ao lado, por ainda ser menor de idade. Em 1951, foi convidada para gravar seu primeiro disco.
O jornalista e pesquisador da Música Popular Brasileira, Ricardo Cravo Albin, lamentou a morte da cantora. “A perda de Doris é lamentável para a música brasileira, ela era uma grande artista. Ela fazia parte de uma leva de cantoras que faziam sucesso no disco, na rádio e na televisão”, disse ele ao O Dia.
Durante sua carreira, Doris gravou canções de grandes compositores, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Dolores Duran, Billy Blanco, Chico Buarque, Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Entre seus sucessos, estão as faixas “Mocinho Bonito”, “Dó-Ré-Mi” e “É Isso Aí”.
A artista também se aventurou na carreira de atriz, e consolidou seu trabalho em atuações no cinema, em filmes como “Agulha no Palheiro”, “A Carrocinha” e “De Vento em Popa”.
O jornalista e escritor Rodrigo Faour também lamentou a perda, e fez publicação uma publicação no Instagram para Doris e Leny Andrade, cantora que também veio a falecer nesta segunda-feira. “Duas cantoras modernas, duas estilistas da canção, duas amigas que se vão. Carreiras longevas. Ambas começaram adolescentes e renovaram a música moderna brasileira. Até um dia!”, escreveu ele.
Com mais de 15 discos gravados, Doris Monteiro se tornou uma das vozes femininas mais consolidadas no Brasil.
Em 2020, a cantora chegou a se encontrar com Claudette Soares e a Eliana Pittman para gravar em estúdio um disco com o registro do show “As divas do sambalanço”, apresentado pelo trio ao longo de 2019.